A semana europeia fica marcada pelo anúncio de Martin Schulz. O presidente do Parlamento Europeu deixa a instituição para se candidatar pelo SPD às eleições legislativas alemãs do próximo ano. Está desde 1994 no Parlamento Europeu, não se recandidata a um terceiro mandato à frente da instituição. Schulz diz que a decisão não foi fácil e deixa palavras de apoio ao projecto europeu.
Com a saída de Schulz, começa a corrida para liderar a instituição, abre-se a oportunidade para ser um membro do PPE a alcançar a presidência do Parlamento Europeu.
Entretanto, o grupo socialista veio avisar que a presidência das três instituições – Comissão, Conselho e Parlamento – não deve ser ocupada pela mesma família política e que deve haver reequilíbrio. Se assim for, pode estar aberta a porta à discussão dos nomes que ocupam a presidência das três instituições.
Também em Estrasburgo, os deputados debateram a situação na Turquia. O PE propõe o congelamento das negociações de adesão com a Turquia por causa da vaga repressiva que o governo desencadeou após a tentativa de golpe de estado. Mas em nome da Comissão Europeia, Federica Mogherini, defende o diálogo. Diz que parar as negociações seria pior.
Também esta semana Parlamento votou o relatório sobre as actividades do Provedor de Justiça. O Parlamento manifesta “grande preocupação” com o facto de ex-presidente da Comissão, Durão Barroso, ter sido nomeado para o Goldman Sachs. E pede à Provedora que inicie uma investigação estratégica sobre o tratamento dado pela Comissão a esta situação.
A semana termina com a cimeira UE/Ucrânia para reforçar relações. Em tempos de cepticismo e populismo contra a Europa, o presidente ucraniano, Poroshenko, manifesta toda a admiração do seu país pelo projecto europeu. A Ucrânia é mais um dossiê sensível de política externa que a UE vai ter de gerir, tendo em conta as relações tensas com a Rússia e agora incerteza sobre a política externa de Donald Trump.
No início desta semana, o Banco de Portugal organizou em Lisboa uma conferência sobre o desenvolvimento económico do país no espaço europeu.
O sociólogo António Barreto, o ex-comissário António Vitorino e o governador Carlos Costa foram os principais intervenientes nesta iniciativa do banco central.
A crise europeia, as incertezas com o Brexit e com a eleiçao de Donald Trump e também o referendo em Itália marcado para 4 de Dezembro dominaram todas as atenções neste debate acompanhado pela jornalista Manuela Pires.