​O que sabemos sobre Marte
19-10-2016 - 18:54

Desde as primeiras observações dos astrónomos egípcios, em 1500 A.C., até ao envio de sondas no século XX, o homem não se cansa de tentar saber mais procurar a resposta para a grande pergunta: há vida em Marte?

Marte é um dos planetas que, desde que foi descoberto, mais curiosidade desperta no imaginário colectivo.

Desde as primeiras observações pelos astrónomos egípcios, em 1500 A.C., até ao envio de sondas no século XX, o homem não se cansa de tentar saber mais e responder à grande pergunta se há vida em Marte.

Marte tem água ou vestígios de vida?

Até agora, as várias missões não encontraram sinais vida em Marte, mas em Setembro de 2015 a NASA anunciou que foram detectados sais de hidratos, vestígios da passagem de água líquida no planeta.

A descoberta, que apoia a tese da existência de água líquida em Marte, surgiu da análise de imagens recolhidas pela sonda da NASA Mars Reconnaissance Orbiter, lançada há uma década.

Em declarações à Renascença, o astrónomo português Carlos Oliveira explicou na altura que os vestígios de água não foram descobertos em grande quantidade, nem na forma como nós a conhecemos na Terra, em mares ou rios, mas em “sítios muito localizados”, como crateras.

Como é Marte?

Marte tem cerca de metade do tamanho da Terra e é um planeta agressivo. A sua atmosfera é rarefeita, mais exposta aos ventos solares, e maioritariamente composta por dióxido de carbono.

É montanhoso. Tem o maior vulcão do sistema solar, o monte Olimpo, com 27 quilómetros de altura, um grande desfiladeiro com mil quilómetros de comprimento e sete quilómetros de profundidade.

Marte também é muito frio em relação à Terra. A temperatura média é de menos 27 graus centígrados.

É o quarto planeta do sistema solar. Fica a cerca de 56 milhões de quilómetros da Terra e a 228 milhões de quilómetros do Sol.

O “planeta vermelho” tem luas?

Sim. Marte tem duas luas. A maior chama-se Fobos e a mais pequena Deimos.

Descoberta em 1877, Fobos é o satélite natural mais próximo de Marte. Os astrónomos acreditam que era, provavelmente, um asteróide que foi capturado pela força de gravidade do planeta.

Deimos está mais distante e é a mais pequena lua conhecida no sistema solar, com um raio de pouco mais de seis quilómetros.

Missões anteriores a Marte

A antiga União Soviética fez a primeira tentativa para enviar uma sonda para Marte, em 1960, mas a missão “Korabl 4 “ foi mal sucedida.

Quatro anos depois os Estados Unidos conseguiram colocar a “Mariner 4” na órbitra do “planeta vermelho”. As 22 fotografias tiradas permitiram descobrir crateras e confirmaram a existência de uma atmosfera maioritariamente composta por dióxido de carbono.

Em Junho de 1976, a sonda “Viking 1” conseguiu aterrar em Marte pela primeira vez na história da exploração espacial.

A primeira tentativa da Agência Espacial Europeia (ESA) para chegar a Marte aconteceu em 2003 e falhou. A sonda “Beagle 2” conseguiu aterrar no “planeta vermelho”, mas perdeu contacto com a Terra e a ESA declarou-a como perdida.

A Europa fez agora uma nova tentativa, em colaboração com a Rússia. O módulo Schiaparelli conseguiu chegar à órbitra de Marte, com tecnologia portuguesa a bordo. Falta saber se conseguiur "amartar" com sucesso.

Homem em Marte

Há duas missões em preparação para tentar instalar uma colónia humana no planeta.

A SpaceX, liderada pelo empreendedor Elon Musk, espera enviar os primeiros homens e mulheres para Marte já em 2025.

O objectivo ambicioso é instalar um milhão de colonos permanentes num prazo temporal de cem anos. Serão transportados por naves espaciais reutilizáveis, com capacidade até 200 passageiros.

A Mars One é outra missão para tentar colocar o homem em Marte. Já foi iniciado um programa de recrutamento de astronautas e os candidatos seleccionados começarão os treinos de preparação para a viagem no próximo ano.

De acordo com o plano estabelecido, a primeira missão de demonstração está prevista para 2020. A primeira equipa de colonos parte para Marte em 2026, se tudo correr bem.

A missão "Mars One" é de alto risco e os cépticos dizem mesmo que pode ser uma viagem só com bilhete de ida, sem retorno.