Já estão em Portugal 30 migrantes vindos do barco que esteve seis dias sem autorização para atracar
29-07-2018 - 16:16

São 26 homens, três mulheres e uma criança de quatro meses. Vão ser acolhidos pelo Conselho Português para os Refugiados, no Centro de Acolhimento da Bobadela.

Um grupo de 30 migrantes resgatados pelo navio humanitário Lifeline já chegou a Portugal. A informação foi avançada à Renascença por fonte do Ministério da Administação Interna. É um grupo de 30 cidadãos que vai ser acolhido pelo Conselho Português para os Refugiados, no Centro de Acolhimento da Bobadela.

De acordo com a informação prestada, trata-se de 26 homens, três mulheres e uma criança de quatro meses, acompanhada pela mãe. São provenientes de Bangladesh (1), Costa do Marfim (3), Eritreia (3), Etiópia (3), Mali (2), Guiné Conacri (2), Serra Leoa (1), Somália (2) e Sudão (13).

"A chegada deste grupo de pessoas resulta do compromisso de solidariedade e de cooperação europeia assumido por Portugal em matéria de migrações", diz a nota enviada à Renascença.

Depois de ter resgatado 230 migrantes em pleno Mar MediteO Lifeline

O navio “Lifeline” atracou em Malta, a 27 de junho, após seis dias em alto mar, depois de lhe ter sido negada autorização para acostar em Itália. A atracagem aconteceu após um acordo com oito países europeus, aos quais se juntou depois a Noruega, para recolocar os requerentes de asilo. Dos 234 migrantes resgatados, 70 são menores não acompanhados.

Perante a situação de emergência, o Governo português manifestou de imediato ao Governo de Malta a disponibilidade para participar solidariamente no processo de acolhimento. Uma equipa de inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras deslocou-se entretanto a Malta para agilizar todos os procedimentos e preparar o acolhimento em Portugal aos cidadãos estrangeiros que foram recolhidos pelo navio.

Portugal também já manifestou a disponibilidade para receber 50 pessoas do grupo de 450 migrantes resgatados no início de julho por navios italianos, numa iniciativa conjunta com Espanha e França.

Uma equipa do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e do Alto Comissariado para as Migrações também já concluiu, no Egipto, a primeira missão de contacto e entrevistas aos refugiados candidatos ao grupo de mais de mil pessoas que vão ser acolhidas em Portugal, até 2019, ao abrigo do Programa Voluntário de Reinstalação a partir de países terceiros, da Comissão Europeia e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"Portugal cumpre assim o seu dever de solidariedade humanitária e de contribuir para as soluções europeias para a questão da migração e das tragédias humanas que têm ocorrido no Mediterrâneo", lê-se na nota enviada à Renascença.