Deputado socialista contra tolerância de ponto na visita do Papa
26-04-2017 - 22:41

Tiago Barbosa Ribeiro fala num “erro especialmente disparatado” do Governo de António Costa e defende que o país precisa “de outra maturidade democrática”.

O deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro critica a tolerância de ponto concedida pelo Governo aos funcionários públicos no dia 12 de Maio, durante a visita do Papa Francisco a Fátima.

“Causa-me enorme estranheza e estupefacção que o Governo da República Portuguesa se prepare para conceder tolerância de ponto a propósito da viagem do Papa a Fátima”, começa por referir o parlamentar numa mensagem publicada na rede social Facebook.

Tiago Barbosa Ribeiro desconhece as razões que serão invocadas para a tolerância, mas desde já antecipa “que sejam facilmente rebatíveis”.

“Não pode fundamentar-se na viagem de um chefe de Estado estrangeiro e ainda menos na viagem de um líder confessional. De outra forma, será legítimo invocar o mesmo princípio para membros de outras religiões e, sobretudo, para quem não tem qualquer religião e vive num Estado laico, tendo também direito a tolerâncias para participar nos espectáculos que entenda”, argumenta.

“Ou então, belíssima ideia, não dar estas tolerâncias. Necessitamos de outra maturidade democrática e esta atitude irá no sentido inverso”, adverte.

O deputado socialista considera que “não é muito comum encontrar erros” no actual Governo de António Costa e para “cuja maioria” trabalha “diariamente no Parlamento, mas aqui está um. E especialmente disparatado”, concluiu Tiago Barbosa Rodrigues.

O Governo vai conceder tolerância de ponto nos serviços públicos a 12 de Maio, dia em que o Papa Francisco chega a Portugal para o centenário das aparições de Fátima, disse hoje à agência Lusa fonte do executivo.

A mesma fonte adiantou que a tolerância de ponto será dentro em breve anunciada formalmente pelo Governo.

Francisco será o quarto Papa a visitar Fátima, a 12 e 13 de Maio, para canonizar os dois pastorinhos Jacinta e Francisco no centenário das aparições na Cova da Iria, em 1917.