Centenas de escolas fechadas devido a manifestação de trabalhadores não docentes
21-04-2017 - 08:23

Protestam, esta tarde, contra a falta de funcionários não docentes e das condições de trabalho.

Após a manifestação dos professores, os trabalhadores não docente das escolas públicas também vão para a rua esta tarde. O protesto, marcado pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas (também afecta à CGTP), leva ao fecho de centenas de estabelecimentos de norte a sul.

“Não estamos a fazer nenhuma contagem de escolas pois o pré-aviso de greve é para a deslocação. Tenho a indicação de que há centenas de escolas fechadas, mas não temos uma contagem, pois não era um pré-aviso para encerrar escolas, apesar de muitas encerrarem. Os funcionários para virem à concentração têm de faltar”, explicou à agência Lusa Artur Sequeira, da federação.

“Há muitas escolas encerradas. Não vai atingir o número de escolas que encerrou na greve de dia 3 de Fevereiro porque essa aí era uma greve para encerrar escolas e esta não, era é uma greve para a manifestação”, reconheceu o sindicalista, sublinhando: “Não deixamos de valorizar as pessoas que não foram trabalhar porque é também uma forma de protesto”.

A concentração começa partir das 14h00, junto à estação da CP, na Av. 5 de Outubro, e depois desfilam até ao Ministério da Educação, onde querem “fazer sentir o seu protesto pelo facto de o Ministro da Educação não ter até agora aberto a negociação do Caderno Reivindicativo, entregue há um ano àquele membro do Governo”, refere a nota enviada à redacção.

“A escola pública continua a ter uma crónica falta de pessoal não docente efectivo, pelo que o recurso à contratação precária é sistemática; os trabalhadores continuam sem ter direito a carreiras específicas que dignifiquem o exercício das suas funções e promovam a qualidade dos serviços prestados; o Governo insiste em destruir a Escola Pública, com o processo de municipalização que porá em causa a sua universalidade e a desresponsabilização do poder central”, justifica o mesmo texto.

A federação queixa-se de falta de resposta da tutela a um caderno reivindicativo que entregou em Fevereiro e que, além desta questão, inclui uma nova portaria de rácios que tenha em conta o tipo de escola e a localização e não apenas os números de alunos e de funcionários.

Os trabalhadores não docentes pretendem também negociar carreiras especiais e assegurar que não ficam na tutela das autarquias, ao abrigo de um processo de descentralização que contestam.

No local da manifestação será depois aprovada uma resolução para entregar ao ministério.