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Joseph Blatter, ex-presidente da FIFA, considera que as suspeitas de fraude fiscal que recaem sobre Cristiano Ronaldo são motivadas por uma cultura de suspeição em relação ao futebol.
O suíço, que outrora protagonizou uma indelicada rábula em relação a CR7, faz a defesa do avançado do Real Madrid e capitão da Selecção Nacional.
"Porque que é que se ataca sempre o mundo do futebol? Ninguém diz uma palavra sobre outros grandes desportistas", disparou o suíço, em entrevista à televisão pública do seu país (RTS), dando como exemplo o seu compatriota Roger Federer, apesar de reconhecer: "Ele é intocável, acredito que faz tudo bem".
Blatter, que está suspenso de toda a axtividade ligada ao futebol por violação do código de ética da FIFA, deu também como exemplo da "perseguição" a futebolistas os casos do basebol ou do basquetebol.
"As grandes estrelas norte-americanas do basebol e do basquetebol não são atacadas", afirmou Blatter, defendendo que deve ser respeitado o principio de presunção de inocência no caso do internacional português.
"Deixou de haver moral desportiva desde de que o futebol se converteu no negócio", disse, acrescentando: "Os jogadores transformaram-se em mercadorias, para não dizer em escravos".
Na semana passada, o Ministério Público de Madrid acusou o futebolista português de ter, de forma "consciente", criado uma sociedade para defraudar o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
O futebolista português é acusado de quatro delitos contra os cofres do Estado, cometidos entre 2011 e 2014.