Imprensa projecta futuro
26-12-2016 - 12:37

Com o ano a chegar ao fim, a imprensa projecta aquilo que poderá ser o futuro da União Europeia e o diagnóstico do projecto europeu não é propriamente animador.

“2017 pode ser o fim da União Europeia” lê-se no “The Guardian”. O jornal elaborou um artigo a partir das cartas de vários leitores que abordam os receios do terrorismo, no rescaldo do atentado de Berlim. Dizem que a forma como o suspeito Anis Amri circulou livremente na Europa – até ser abatido em Milão – é a prova de que a União Europeia perdeu a razão. É que, enquanto os líderes europeus e os activistas dos direitos civis se preocupam em proteger as nossas liberdades e serem politicamente correctos, a Europa enfrenta uma ameaça permanente.

A grande contradição, escreve o “Guardian”, é que há milhares a morrer no Mediterrâneo devido a políticas de imigração erradas que encorajam muitas centenas de milhares de pessoas de outros continentes para que entrem na Europa sem papéis ou direitos legais na esperança de uma vida melhor. Do outro lado a extrema-direita ganha terreno e por isso 2017, conclui este artigo, pode mesmo significar o fim do projecto europeu.

Em França, Marine Le Pen reafirma as ameaças ao projecto europeu. A candidata da extrema-direita às presidenciais francesas garante que, se for eleita, vai tirar a França da União Europeia e da NATO. Entrevistada pelo jornal grego Dimokratika, Marine Le Pen promete romper com os compromissos europeus da França assim como a ligação do país ao tratado de defesa do Atlântico Norte. E deixa o convite a Portugal, Espanha, Irlanda, Grécia e Chipre para que se juntem a este movimento de debandada da União Europeia.

Marine Le Pen defende que “as pessoas devem ter a oportunidade de votar pela libertação da escravidão e chantagens feitas pelos tecnocratas de Bruxelas”.

Noutra frente da actualidade, há dados que sugerem que as empresas portuguesas são das mais pequenas em toda a União Europeia. Segundo o “Económico”, as empresas nacionais apresentam em média 3,3 pessoas ao serviço, isto segundo dados recolhidos pela Pordata em 23 países da União Europeia. Uma média muito semelhante àquela que se regista em países como a Eslováquia, Itália, República Checa e Espanha. Nestes países, cada empresa tem uma média inferior a quatro pessoas ao serviço. Alemanha, Reino Unido e Luxemburgo são os países onde as empresas apresentam uma maior dimensão média, a rondar as 10 pessoas.