Fernando Hierro, novo selecionador de Espanha, admitiu, esta quarta-feira, que não conseguirá fazer mudanças na forma de jogar da equipa, para o jogo com Portugal. O antigo jogador assumiu o cargo após a destituição de Julen Lopetegui, anunciado como novo treinador do Real Madrid apenas três dias antes da estreia de Espanha no Mundial 2018.
"A nossa obrigação é jogar como se nada se tivesse passado", declarou Hierro, esta quarta-feira, em conferência de imprensa. Assumiu o cargo à última hora, face ao adeus de Lopetegui, e com muito pouca experiência como treinador principal, a nível sénior. Independentemente disso, o antigo defesa assumiu que "é um desafio bonito e apaixonante".
"As circunstâncias são o que são e aceito a responsabilidade. Entendo que a ambição que todos têm é grande e não posso defraudá-la", afirmou. Hierro assumiu que não pode "tocar naquilo que levou anos de trabalho a construir", pelo que, frente a Portugal, a fórmula é continuidade:
"Felizmente, a equipa técnica não nos deixou. Temos de ser inteligentes, coerentes e saber que daqui a dia 15 não há grande capacidade de mudança. Em dois dias, não podemos mudar absolutamente nada".
Dar o máximo, sem tempo para chorar ou dar desculpas
Hierro destacou o "grupo fantástico" que tem à disposição e garantiu que, "se não estivesse convencido" de que pode ter sucesso, não teria assumido o desafio. Aos jogadores, pediu "que mostrem a sua personalidade" e frisou que a equipa não tem "tempo para lamentar" até à estreia no Mundial, diante de Portugal, na sexta-feira.
"Isto não é justificação para não lutar pelo objetivo. O objetivo é lutar pelo Mundial, viemos para isso. O grupo sabe quais são os objetivos e o que tem de fazer. O que aconteceu não serve de desculpa", sublinhou.
Sobre o desafio de aceitar ser selecionador de Espanha, Hierro salientou que tem "a consciência muito tranquila" e que o "feedback" que recebeu dos jogadores "é muito positivo". O antigo jogador do Real admitiu, ainda, que, perante o convite da federação espanhola, a única opção era dar o sim: "Não podia dizer que não porque eu próprio não me perdoaria".
Espanha arranca frente a Portugal, na sexta-feira, às 19h00, em Sochi. Relato na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.sapo.pt.