​Patriarcado confirma desaparecimento de obras de arte numa igreja de Lisboa
03-01-2018 - 18:21
 • Ângela Roque

Diocese esclarece que reportou o caso à Polícia Judiciária assim que chegou ao seu conhecimento, em Março do ano passado.

O desaparecimento de várias peças de peças de arte sacra da igreja de Santo Condestável, em Lisboa, foi noticiado pelo “Público” na edição desta quarta-feira. As suspeitas recaem sobre o padre António Teixeira, que ali esteve como pároco entre 2015 e o início de 2017, e que já foi constituído arguido, segundo o jornal.

O Patriarcado de Lisboa diz que soube da situação em Março do ano passado e que, “imediatamente, se determinou que o caso fosse apresentado à Polícia Judiciária, tal como veio a acontecer”.

O breve comunicado, publicado esta quarta-feira à tarde no site da diocese, esclarece ainda que o sacerdote em causa “já tinha sido substituído, a seu pedido, na condução da paróquia, no final do mês de Janeiro [de 2017], não desempenhando actualmente qualquer cargo pastoral”.

O Patriarcado conclui que, “sem precipitar juízos que cabem aos tribunais, cumpra-se a lei e acompanhem-se as pessoas”.

O comunicado não refere quantas peças desapareceram nem qual o seu valor. Contactado pela Renascença o gabinete de comunicação indica que nada mais pode dizer porque o caso encontra-se em “segredo de justiça”.

Segundo avança o “Público”, foram várias as peças que desapareceram daquela igreja de Campo de Ourique, em Lisboa, desde paramentos a toalhas e castiçais, uma taça de prata dourada com pedras preciosas e várias imagens do século XVIII.

Algumas foram vendidas a um antiquário, “supostamente para financiar obras na casa paroquial”, feitas quando o padre António Teixeira para ali se mudou em 2015, vindo da paróquia de Carcavelos. A Judiciária já terá conseguido recuperar algum material, e a investigação prossegue.

O jornal também refere, no entanto, que terá sido o próprio padre António Teixeira que se dirigiu à Polícia Judiciária para dar conta dos objectos desaparecidos, mas que a queixa só viria a ser formalizada por José Manuel Pereira de Almeida, de Santa Isabel, que o substituiu em Santo Condestável desde a sua saída e até ao início do actual ano pastoral, quando a paróquia foi entregue aos Salesianos, tendo sido nomeado pároco Luís Almeida.