Bispo do Algarve pede coragem para perguntas e respostas sobre combate ao fogo
08-08-2018 - 18:31

Dom Manuel Quintas diz que a Igreja está pronta a prestar apoio e diz que ninguém pode ficar de braços cruzados, elogiando ainda os habitantes de Monchique.

É preciso ter a coragem de fazer perguntas e de dar respostas a tudo o que possa ter a ver com o fogo de grandes proporções que não larga três concelhos algarvios na Serra de Monchique.

O apelo é do bispo do Algarve, Dom Manuel Quintas, ouvido esta tarde pela Renascença.

“Faço este apelo para que haja coragem de fazer todas as perguntas que devem ser feitas, e que haja igual coragem para dar respostas a essas perguntas. É de elementar justiça até em relação ao serviço que se presta ao bem comum”, diz.

O bispo junta a sua voz a outras que questionam a organização da resposta ao incêndio. “Que haja a coragem de assumir propostas, respostas, naturalmente que não podem ficar apenas num número de efetivos, seja humanos, seja terrestres e aéreos. Verificamos que não basta serem muitos. Felizmente eram muitos, se não fossem talvez tivesse sido pior ainda, mas talvez seja necessário avançar mais e olhar para a qualidade da resposta e a da prevenção”

Dom Manuel Quintas, saúda a existência de programas de ajuda do Estado que já foi prometido, e que vão ser aplicados a quem mais precisar, mas pede que se corte na “burocracia que faz desesperar quem espera”.

“Se há de facto subsídios de estado para esses apoios, que se ponham em prática e com urgência. Perde-se muito tempo, se for possível que se abrevie, porque quem perdeu a casa quer regressar e vê-la reconstruída o mais rapidamente possível. Por isso que se façam esforços de simplificar os apoios a quem precisa.”

Desde o inicio desta tragédia que Dom Manuel Quintas tenta diariamente subir a Serra de Monchique, para estar junto dos fieis e agora junta-se ao presidente da Cáritas para saber o que pode ser feito para ajudar de imediato.

“Vermos se é possível delinear para já algum tipo de apoio e de nos mobilizarmos para o que for necessário. Há disponibilidade dos párocos do Algarve. Perante uma tragédia destas ninguém fica insensível, e ninguém pode ficar de braços cruzados, como não ficam os habitantes de Monchique, que já deram provas disso em calamidades anteriores”, conclui.