​Autoeuropa: pôr ordem na "geringonça"
04-09-2017 - 21:11

Vítimas potenciais deste campeonato de influência sindical entre PCP e Bloco de Esquerda na Autoeuropa: os trabalhadores, o país e a empresa.

O conflito na Autoeuropa, entre um sindicato (afecto à CGTP) e a administração, parece esconder um outro mais surdo, mas não menos importante: entre o Bloco de Esquerda e o PCP.

Ao longo dos anos a comissão de trabalhadores da Autoeuropa, coordenada por António Chora (Bloco de Esquerda), soube dialogar de modo suficientemente hábil para consensualizar os interesses de todos.

Com a saída de cena de António Chora (reformado desde Janeiro), o novo coordenador já acusou o SITE Sul – sindicato filiado na CGTP – de promover um assalto à comissão de trabalhadores e de radicalizar posições. Prometendo o impossível aos trabalhadores - segundo o novo coordenador - o sindicato pretende ocupar o papel e o lugar da Comissão nas negociações com a Autoeuropa.

Vítimas potenciais deste campeonato de influência sindical entre PCP e Bloco de Esquerda: os trabalhadores, o país e a empresa.

O direito de todo o trabalhador a conciliar vida profissional e familiar é inquestionável. Mas esse é um direito que ao longo dos anos tem sido protegido na Autoeuropa com bom senso e cedências recíprocas. É bom que assim continue. A radicalização de posições é um risco, sobretudo quando se fala de uma empresa essencial à economia portuguesa e à estabilidade de milhares de famílias.

António Costa deveria pôr ordem na "geringonça". A luta de influência entre os parceiros parlamentares do PS deve ser contida. Porque o país e os trabalhadores estão primeiro.