Já está extinto o incêndio que deflagrou esta terça-feira na fábrica da Sapec Química, em Setúbal. O alarme foi dado às 11h52, depois de uma explosão num dos depósitos de solventes. O incêndio, extinto pelas 13h30, não representou qualquer perigo para o ambiente, garantiu a empresa em comunicado.
Há registo de um ferido com queimaduras. Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal, o ferido foi assistido inicialmente no local por uma equipa de emergência médica e depois transportado para o hospital de São Bernardo, em Setúbal, com queimaduras em 30% do corpo.
O ferido está fora de perigo, garantiu a Sapec Química em comunicado
Fonte hospitalar revelou à agência Lusa que o ferido vai ser levado para o hospital de São José, em Lisboa, para ser avaliada a possibilidade de uma cirurgia plástica.
"Estou a cerca de 500/600 metros e o que eu vejo é uma nuvem negra. Não vejo chamas, só vejo uma nuvem negra", descreveu à Renascença Lino Ramos, funcionário do Instituto Politécnico de Setúbal, situado junto ao complexo industrial. Lino Ramos garantiu que não há nenhum "cheiro intenso" e que é possível "respirar natural e normalmente".
De acordo com a Câmara de Setúbal, os municípios de Grândola e Alcácer do Sal foram avisados da situação, uma vez que a nuvem com fumos dirigiu-se para o litoral alentejano.
Segundo o CDOS de Setúbal, estavam no local, cerca das 14h00, 73 operacionais das forças de socorro e segurança, e 28 viaturas. Elementos da Agência Portuguesa do Ambiente também estiveram no local.
No dia 14 de Fevereiro, deflagrou um incêndio numa outra fábrica Sapec. As chamas foram controladas, mas os efeitos do fogo fizeram-se sentir durante vários dias, obrigando a protecção civil a aconselhar as populações das freguesias da zona a ficar em casa.
O comunicado da Sapec Química diz que o incêndio desta terça-feira "em nada se relaciona" com o que ocorreu em Fevereiro na Sapec Agro, "quer ao nível empresarial quer ao nível da laboração". Embora mantenha a designação Sapec, esta empresa já não pertence ao mesmo grupo económico, escreve a Lusa.
Em comunicado, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) diz que, “em termos de qualidade do ar, verifica-se que o vento na zona está do quadrante noroeste com intensidade moderada”, “dispersando a nuvem poluente para sudeste, não se tendo registado alterações dos poluentes medidos nas estações relevantes”.
A APA acrescenta que “o tempo de duração do incêndio foi curto e que os compostos solventes são altamente voláteis, não permanecendo na atmosfera”.
[Notícia actualizada às 19h29 com informação prestada pela APA]