Sindicatos mantêm greve de professores para quarta-feira
20-06-2017 - 18:25

Paralisação está marcada para dia de exames nacionais.

A Federação Nacional da Educação (FNE) e Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciaram esta terça-feira que mantêm a greve nacional de professores agendada para quarta-feira, dia de exames nacionais.

"Apresentámos oito sugestões, o Ministério da Educação acolheu uma, cinco totalmente rejeitadas e duas tiveram acolhimento parcial", disse aos jornalistas o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, no final da reunião desta tarde.

Segundo o dirigente, não havia razões para continuar uma discussão que não estava a conduzir a um acordo, pelo que a FNE decidiu manter a greve de quarta-feira, dia de exames nacionais do secundário e provas de aferição do ensino básico.

João Dias da Silva referiu que o Ministério apenas aceitou uma sugestão da FNE relacionada com a portaria que define os rácios do pessoal não docente.

De acordo com a mesma fonte, não houve respostas satisfatórias por parte da tutela para questões que os sindicatos consideram fundamentais como mais concursos de vinculação extraordinária para professores contratados, um regime especial de aposentação e uma redefinição dos horários de trabalhos.

Os professores exigem compromissos relativamente a novos concursos para integrar professores precários, a um regime especial de aposentação e uma reorganização dos horários de trabalho.

"Não foi possível chegar a um consenso", diz Fenprof

A Fenprof disse que não foi possível chegar a um consenso com a tutela e mantém a greve de professores agendada para quarta-feira.

"Não foi possível chegar a um consenso. A greve mantém-se", disse o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, à saída da reunião com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e a secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão.

Questões centrais para a Fenprof, como o descongelamento das carreiras, a vinculação e a aposentação dos docentes ficaram "sem resposta" por parte da tutela, disse Mário Nogueira.

O sindicalista referiu que, no que diz respeito à aposentação, a federação propôs que o compromisso se ficasse pela criação de um grupo de trabalho que pudesse estudar o tema e eventualmente propor medidas, mas que nem isso a equipa de Brandão Rodrigues esteve disponível para aceitar.

"Não foi possível ir mais longe"

Por seu lado, o ministro da Educação justificou a ausência de acordo com constrangimentos que ultrapassam o âmbito de acção do Ministério.

"De forma importante pudemos dar passos, mas de forma responsável não foi possível ir mais longe", disse Tiago Brandão Rodrigues.

Reconheceu que há reivindicações sindicais que requerem uma resposta de conjunto do Governo, sobretudo o descongelamento das carreiras e a aposentação.

"Esse é um exercício que está a ser feito globalmente da parte do Governo, que vai muito mais para além das responsabilidades directas do ME, e o Governo está a fazer um esforço para que efectivamente em conjunto se possam encontrar soluções", disse o ministro, acrescentando que "é importante" que "se continue a trabalhar neste diálogo com os sindicatos".

[notícia actualizada às 23h33]