Costa: "Presidente não manda recados ao Governo nos jornais"
08-05-2018 - 12:22

Primeiro-ministro garante que tudo é discutido com o Presidente da República e, por isso, a ameaça de não se recandidatar, deixada na entrevista à Renascença e Público, não é um "recado" ao Governo.

O primeiro-ministro, António Costa, desvalorizou, esta terça-feira, as declarações do Presidente da República à Renascença/Público, nas quais ameaça não se recandidatar caso aconteça uma nova tragédia com incêndios, dizendo que "o Presidente não manda recados ao governo pelos jornais".

Em declarações aos jornalistas no final da apresentação do simulador de reforma da Segurança Social, António Costa reagiu às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa durante a entrevista à Renascença e ao Público dizendo uma tragédia como a que aconteceu o ano passado "é um cenário que não se coloca" e que não interpreta estas declarações como um recado ao executivo.

"A relação com o Presidente da República desenvolve-se num diálogo normal. Todas as matérias que o Governo deve transmitir ao Presidente da República são transmitidas semanalmente, e o inverso também acontece", disse o primeiro-ministro, acrescentando que, quando o Presidente quer transmitir alguma mensagem ao governo, "dialoga diretamente", "não manda recados pelos jornais".

"Como é normal num país que funciona de forma civilizada, os órgãos de soberania [portugueses] relacionam-se com toda a normalidade", acrescentou ainda o primeiro-ministro.

O Presidente da República admitiu, na segunda parte da entrevista à Renascença/Público, que caso algo "voltasse a correr mal como correu o ano passado", não demitirá o governo, mas que isso seria algo "impeditivo" de uma recandidatura presidencial. Apesar de colocar essa hipótese, Marcelo está confiante no trabalho do Governo na prevenção e preparação da época de incêndios , dizendo que acredita que tudo foi feito para que uma tragédia não se repita.