O Tribunal da Guarda condenou esta quinta-feira Pedro Dias à pena máxima de 25 anos de prisão, em cúmulo jurídico, por vários crimes cometidos em Aguiar da Beira a 11 de outubro de 2016, entre os quais três homicídios consumados.
O "assassino de Aguiar da Beira" foi condenado pelos homicídios consumados do militar da GNR Carlos Caetano e de Liliane e Luís Pinto, um casal que viajava na Estrada Nacional 229 naquela noite. A tentativa de homicídio do militar António Ferreira foi também considerada provada, assim como vários outros crimes.
O tribunal decidiu ainda condená-lo ao pagamento de indemnizações no valor de 425 mil euros.
Pedro Dias assistiu à leitura do acórdão por videoconferência desde a prisão de Monsanto.
Defesa pensa em recorrer
Mónica Quintela, advogada de Pedro Dias, disse aos jornalistas que ainda não leu o acórdão da sentença mas que "em princípio irei recorrer". A causídica afirmou ainda que não se percebeu até agora o que espoletou os três homícidios imputados ao arguido.
"Lamentamos profundamente o que se passou, e esperamos que as famílias das vítimas tenham a paz possível", relatou Mónica Quintela, que acrescentou que o seu cliente teve a sorte de ser julgado por um colectivo e um tribunal muito bem preparado.
Advogado de GNR defende revisão da moldura penal
O advogado que representa o militar da GNR que Pedro Dias tentou matar defendeu a criação de um regime excecional com molduras penais mais graves para situações como a dos crimes de Aguiar da Beira. "25 anos acaba por ser o mínimo que este arguido, em função dos factos que praticou, mereceu", afirmou Pedro Proença, o advogado que representa o militar da GNR António Ferreira, que ficou ferido, e os familiares do militar Carlos Caetano, uma das três vítimas mortais do caso de Aguiar da Beira.
Para o advogado, "é altura de determinados crimes, pela sua violência, pela sua gravidade", serem enquadrados num "regime excecional que permita uma moldura penal mais gravosa para estas situações".
"Quando há mortos, quando há vítimas desta natureza, é difícil dizer que se está satisfeito, sobretudo num contexto em que as nossas molduras penais para estes crimes têm que ser revistas", vincou.