FMI: esqueçam este ano e foquem-se em 2017
23-09-2016 - 11:38

O aviso feito pelo chefe de missa do FMI é o destaque desta manhã. Um dos membros da troika diz que Portugal se deve empenhar a fundo nas contas do próximo, uma vez que, “este ano já é tarde” para tomar medidas de correcção do défice. Ainda a opinião de Joseph Stieglitz e o Brexit.

Começamos pelo “Público” e pelas declarações de Subir Lall, chefe de missão do FMI a Portugal, que defende que o foco do Governo tem de já estar em 2017 e que aí, para cumprir a meta do défice, “todas as opções têm de estar em cima da mesa”. De resto, afirma que “Já é tarde para tomar medidas que corrijam o défice deste ano”. O responsável pelos relatórios de análise a Portugal feitos regularmente pelo FMI está preocupado com o baixo crescimento potencial da economia e não concorda com a aposta do Governo nos impostos indirectos como forma de cumprir as metas orçamentais do próximo ano.

Já sobre a banca, nesta mesma entrevista ao “Público”, Subir Lall diz que “Os bancos não podem estar só à espera que o crescimento regresse” e que, para resolver os problemas que enfrentam, os bancos têm eles próprios de começar a agir, por exemplo cortando custos.

Ainda a propósito da “troika”, o “DN” cita o economista Joseph Stiglitz. O Nobel da Economia diz que os “gregos e os portugueses perceberam melhor a economia do que a Troika” e a prova disso é que as medidas de austeridade impostas pela Comissão Europeia, BCE e FMI agravaram a crise.

Damos um salto até ao “Negócios”, que explica como os “Estímulos do BCE estão a funcionar mal em Portugal”. Pegando na análise feita pelo FMI, o jornal explica que “o programa de compra de dívida pública do BCE fez muito pela flexibilização da necessária consolidação orçamental em Portugal, mas pouco pelo crescimento”. Está a fomentar mais o consumo que o investimento.

Ainda no “Negócios”, destaque para o facto de “Londres contar accionar o pedido para sair da União Europeia no início de 2017”. O novo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, diz que estão já a discutir com os parceiros europeus, tendo em conta a mês de Fevereiro do próximo ano. São declarações ao canal de notícias britânico Sky News a partir de Nova Iorque, que o “Negócios” reproduz. O mesmo faz o diário britânico “The Guardian”.

A terminar, uma forma descontraída de olhar para a questão do “Brexit” como só os próprios britânicos sabem fazer. No “Telegraph”, fica uma pergunta que chama a atenção do leitor: “Pode o Brexit curar a sua ressaca?”. O artigo explica que a saída da União Europeia vai permitir a importação de bebidas feitas à base de álcool sintético. São bebidas de nova geração, cujo desenvolvimento tem sido travado pelas rígidas regras comunitárias. Ora, o “Telegraph” cita investigadores do Instituto Adan Smith para dizer que os britânicos podem vir a beneficiar com o “Brexit” e passar a beber sem temer a ressaca do dia seguinte. Já não vem é a tempo de ser uma boa notícia para os defensores do Brexit, que, se quiserem comemorar a saída da União Europeia, ainda terão de beber o álcool tradicional.