É verdade que filho de peixe sabe nadar, mas nem sempre nada nas mesmas águas que o pai.
É o caso de Manuel Casimiro, artista que chegou a fazer cinema – seguindo as pisadas do pai, o realizador Manoel de Oliveira – mas que acabou por divergir para outras águas. "Cheguei a fazer dois filmes, dois pequenos filmes, mas não é essa a minha via", conta à Renascença.
A pintura é o meio que usa para se expressar. Manuel Casimiro olha para a sua arte como algo que desassossega a mente.
"A arte é um desafio à mente das pessoas, ao pensamento, e essa ginástica mental que a arte pode obrigar a fazer facilita até o dia-a-dia das pessoas, porque estão muito mais preparadas. Os países onde a arte está desenvolvida têm uma capacidade de resolução dos problemas diários da sua vida muito maior, isto está provado."
A pintura de Manuel Casimiro está agora patente em Lisboa, não só na exposição pós-pop na Gulbenkian como no espaço da Ocupart, com a exposição "Estruturas, índice e protótipo"
São 43 obras, quase todas inéditas. "São praticamente todas inéditas, embora haja alguns momentos do meu trabalho aqui representados que já foram mostrados."
Com janela aberta para o Chiado, a exposição com curadoria de António Cerveira Pinto tenta despertar no espectador inquietação perante as telas, onde abundam as cores verde, vermelha, preta e dourado.
"Entendo a pintura como um desafio à inteligência, à sensibilidade, à razão e à intelectualidade de cada pessoa, a começar por mim próprio, como primeiro espectador. É isso que me entusiasma como artista e como pintor."
A exposição estará patente até 30 de maio no espaço Ocupart, no Largo Camões, em Lisboa.