Bruno de Carvalho suspenso preventivamente, bem como a restante Direção do Sporting e todos proibidos de entrar em Alvalade.
Foi esta, de forma inédita, a decisão emanada pela Comissão de Fiscalização designada pela demissionária Mesa da Assembleia-Geral (MAG), ao início da tarde de (mais) um dia histórico para o emblema leonino.
A suspensão foi decretada por unanimidade e pelo facto de a entidade fiscalizadora considerar que Bruno de Carvalho violou os estatutos do clube. Bruno tem 10 dias úteis para responder à nota de culpa.
O agora suspenso líder verde e branco não acata a decisão, reagiu através de vários "posts" na rede social Facebook, intervenções em três canais noticiosos de televisão e, pelo menos hoje, não pôs os pés em Alvalade.
Na resposta inicial à suspensão preventiva, Bruno de Carvalho rotulou de "golpada" a iniciativa da Comissão de Fiscalização da MAG, que compara a um "pelotão de fuzilamento".
"Ninguém foi suspenso, isto é só para estragar o feriado (Santo António)", disparou, em declarações à SIC Notícias.
Esteve, inclusivamente, marcada uma conferência de imprensa de Bruno de Carvalho, no Auditório Artur Agostinho. Todavia, à última hora, quem compareceu foi a figura muito pouco consensual que lidera a Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral do Sporting
Voz, então, a Elsa Tiago Judas, que não reconhece legitimidade às decisões do organismo presidido por Jaime Marta Soares, por se ter demitido, sublinhando que a Comissão de Fiscalização nada mais é do que meramente "putativa", já que terá sido eleita por um órgão tecnicamente inexistente.
Mas mais: Elsa Judas considera que à MAG "não interessa dar a voz aos sócios".
"Não é preciso ser muito inteligente para entender isto. O ex-presidente da mesa percebeu que o Bruno de Carvalho e o Conselho Diretivo têm feito um excelente trabalho, que está a ser cada vez mais reconhecido pelos sócios. Não há interesse em eleições, porque já se percebeu que se Bruno de Carvalho e o seu Conselho Diretivo for a eleições, ganham. O ponto fundamental é que não lhes interessa dar a voz aos sócios", precisou.
Ataque e contra-ataque. Jaime Marta Soares assinou um comunicado, que chegou às redações ao final da tarde, garantindo a legitimidade da tal assembleia geral de 23 de junho e elencando ainda os argumentos que, para a MAG, fundamentam justa causa para a destituição de Bruno de Carvalho.
Compete agora à MAG, segundo os estatutos, nomear de imediato uma Comissão de Gestão. Jaime Marta Soares chegou a deixar a indicação, válida para o dia de hoje, da revelação dos nomes que irão compôr essa comissão mas, até esta altura, nada foi anunciado.
Certo é que, esta quinta-feira, Bruno de Carvalho marcará presença em Alvalade, contrariando a toda a linha a suspensão decretada pela Comissão de Fiscalização.
"Estaremos a trabalhar normalmente", prometeu.
Cenas dos próximos episódios para conferir nas horas que se avizinham.