Quem são os seus cinco melhores amigos?
06-02-2018 - 10:01
 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)

São os verdadeiros. Os mais próximos. Aqueles com quem podemos contar e que contam connosco. Aqueles que o nosso cérebro perceciona como os nossos melhores amigos.

Ainda há dias, a comunidade Facebook celebrou o 'Dia do Amigo'. Criando um vídeo com fotos de perfil dos nossos amigos virtuais, a partir dos dados estatísticos das nossas contas: a pessoa com mais gostos na nossa página, a que mais comentou o nosso perfil, aquele amigo superinteressante cujas publicações comentamos com mais frequência.

De acordo com a rede de Mark Zuckerberg, são esses os nossos 'melhores amigos'.

E nas redes sociais, a amizade pode ir às centenas. Pessoas com quem convivemos à distância, mas que mal conhecemos se passarem ombro a ombro connosco na rua.

Só que nisso, a ciência parece seguir um critério mais lógico. Ou, pelo menos, mais razoável.

Investigadores britânicos dizem que só conseguimos ter cinco amigos em simultâneo. E chegaram a essa conclusão através da análise a registos de telemóvel dos inquiridos. Ora, esse estudo sugere que o nosso cérebro pode limitar o número de pessoas que desempenham um papel importante nas nossas vidas.

E isso vem ao encontro das teorias de Robin Dunbar, antropólogo britânico que, nos anos 90 do século XX, observou uma correlação entre o tamanho do cérebro e as relações sociais.

E atendendo à capacidade do cérebro humano, somos capazes de ter um número finito de pessoas na nossa esfera social. 150, no máximo.

E é a partir dessas 150 que começa a estratificação.

Imagine um bolo às camadas: segundo a teoria de Dunbar, a camada emocional mais próxima contém aproximadamente cinco pessoas.

A segunda camada de proximidade inclui mais 10 pessoas adicionais. A terceira camada, mais 35 pessoas. E a camada final, mais 100, o que totaliza as tais 150 pessoas.

Ora os cientistas que, mais recentemente se debruçaram sobre este tema da amizade, aplicaram esta teoria aos dados de tráfego móvel.

Seis mil milhões de chamadas realizadas por 35 milhões de pessoas em toda a Europa desde 2007.

E os resultados desta pesquisa estão em linha com o chamado 'Número de Dunbar'.

Ou seja, a média de amigos reais é de 4,1 por pessoa. As parcelas seguintes apresentam algumas variações face à equação original. Mas não andam assim tão longe. A partir da segunda camada, cada pessoa tem mais 11 amigos relativamente próximos, e outros 29.8 relativamente próximos, mas mais distantes. E finalmente, 128,9 pessoas na última camada de amizade.

Os chamados conhecidos. Que podemos passar anos e anos sem ver. E que vamos mantendo ativos no nosso Facebook.

Até os apagarmos de vez.