Protecção Civil. Cristas insiste em responsabilização política além da demissão
15-09-2017 - 14:59

"Saindo agora o comandante nacional, não significa que o problema deixe de existir e que não deixe de ser prioritário apurar tudo o que se passou", sublinha a presidente do CDS.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, relativiza a demissão do comandante nacional de Protecção Civil, insistindo na necessidade de apuramento de responsabilidades políticas face aos incêndios do Verão.

"O que eu espero é que a substituição seja por uma pessoa com competência e com capacidade e que tudo o que se passou neste Verão seja devidamente esclarecido, e o CDS no parlamento estará certamente muito empenhado nesse esclarecimento", defendeu Assunção Cristas em declarações aos jornalistas, durante uma acção de pré-campanha autárquica de Lisboa.

Para a líder centrista, "saindo agora o comandante nacional, não significa que o problema deixe de existir e que não deixe de ser prioritário apurar tudo o que se passou, até porque as pessoas têm de ser responsáveis e tem de se evitar erros destes para o futuro".

Assunção Cristas enfatizou que, além do incêndio de Pedrogão Grande, no qual morreram pelo menos 64 pessoas, houve outros incêndios, nomeadamente no Fundão, Covilhã e Mação, sempre com queixas de "descoordenação" e "incompetência".

A demissão do comandante nacional de Protecção Civil, Rui Esteves, na quinta-feira, surgiu poucas horas depois de o ministro do Ensino Superior e o presidente do Politécnico de Castelo Branco terem pedido à Inspecção-Geral de Educação e Ciência a abertura de um inquérito à licenciatura do comandante da Autoridade Nacional da Protecção Civil.

A licenciatura de Rui Esteves em Protecção Civil pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco foi concluída com 32 equivalências num total de 36 unidades curriculares que compõem o curso, segundo avançaram o jornal "Público" e a RTP.

De acordo com a informação, as equivalências tiveram por base experiência profissional e cursos de formação.

Na semana passada, por determinação da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, a Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um processo disciplinar a Rui Esteves, depois de ter sido noticiado a acumulação de funções públicas.

Rui Esteves estava em funções desde 3 de Janeiro, data em que assumiu um mandato de três anos e em que substituiu José Manuel Moura. Rui Esteves exercia até então funções de comandante distrital de operações de socorro de Castelo Branco e Albino Tavares era comandante do Grupo de Intervenção Protecção e Socorro (GIPS) da GNR.