A Polícia Judiciária está a investigar a oferta de bilhetes do Benfica a elementos do Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e da Liga de Clubes, que alegadamente ajudaram o clube da Luz, avança o jornal “Expresso”.
Em causa estão e-mails trocados entre o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o assessor jurídico do clube, Paulo Gonçalves.
Nas mensagens há referências à oferta de bilhetes e convites para jogos na Luz, e para a final da Liga Europa, em Turim, diante do Sevilha, em Maio de 2014.
Segundo o “Expresso”, os ingressos terão sido oferecidos a vários elementos do CD; a Nuno Cabral, ex-delegado da Liga; a dois árbitros assistentes; a Emídio Fidalgo, ex-responsável pela nomeação dos delegados; e lugar no camarote presidencial a Ferreira Nunes, que na altura era chefe da secção de classificações dos árbitros.
O assessor jurídico dos encarnados, Paulo Gonçalves, terá referido nos e-mails que os elementos do Conselho de Disciplina estavam “cheios de moral” porque livraram o treinador Jorge Jesus de uma “suspensão”, “aplicando” apenas uma “multa pela expulsão” no jogo Benfica – FC Porto.
Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves admitem os convites, mas negam qualquer crime.
Questionado pelo “Expresso”, Paulo Gonçalves afirma que “as pessoas referidas em nada contribuíram para ajudar o Benfica, sendo a pergunta insidiosa e caluniosa”.
Sobre a questão do castigo a Jorge Jesus, o dirigente garante que “o papel desempenhado pelos membros do CD foi exactamente o mesmo que tiveram aquando do sancionamento, em várias ocasiões, do SLB, dos seus jogadores e dos seus dirigentes”.
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, diz que os bilhetes foram solicitados ao Benfica “institucionalmente, pela FPF, pelos interessados”. Quando a convites para o camarote, explica que as águias, tal como os outros clubes, “convida regularmente os presidentes da FPF, Liga, SJPF, APAF, CA e outros membros deste Conselho”.
Questionado pelo “Expresso” sobre qual a sua função na Liga e a relação com o Benfica, Nuno Cabral respondeu: “apague o meu número. Não tenho mais nada a dizer”.