Coreia diz que 3,5 milhões alistaram-se para lutar contra EUA
12-08-2017 - 12:26

Os norte-coreanos "estão a levantar-se por todo o país", escreve o jornal do Partido dos Trabalhadores.

O regime norte-coreano garantiu este sábado que quase 3,5 milhões de jovens e militares na reserva pediram para lutar contra os Estados Unidos, em plena 'guerra de palavras' entre Washington e Pyongyang.

O “Rodong Sinmun”, jornal do Partido dos Trabalhadores, escreveu que 3,47 milhões de estudantes, jovens trabalhadores e militares na reserva pediram para se juntarem às Forças Armadas desde dia 7, quando o regime norte-coreano anunciou duras represálias devido às novas sanções adoptadas pela ONU.

Segundo o diário oficial, que discriminou os alistamentos por dias e províncias, os norte-coreanos "estão a levantar-se por todo o país" para retaliar "milhares de vezes" contra os Estados Unidos, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

A Coreia do Norte tem uma população estimada em 25 milhões de habitantes e conta com um exército com entre 700 mil e 1,3 milhões de efectivos, um dos maiores do mundo.

Os meios de comunicação social norte-coreanos mostraram na quarta-feira imagens de uma mobilização de dezenas de milhares de cidadãos que desfilaram pela praça Kim Il-sung, em Pyongyang, com cartazes em defesa do líder Kim Jong-un e contra o mais recente - e mais duro até à data - pacote de sanções imposto pela ONU contra a Coreia do Norte pelos lançamentos de mísseis.

Segundo a agência de notícias norte-coreana KCNA, mobilizações idênticas repetiram-se por todo o país na quinta e na sexta-feira.

Pyongyang e Washington encontram-se em plena 'guerra de palavras', depois de os contínuos testes nucleares e de mísseis terem endurecido a retórica da Administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, por várias ocasiões, admitiu a possibilidade de realizar um ataque preventivo contra o regime de Kim Jong-un.

Esta semana, a tensão subiu de tom, depois de Donald Trump ter prometido responder com "fogo e fúria jamais vistos" às ameaças da Coreia do Norte.

Pyongyang retaliou e anunciou um plano para atacar a ilha de Guam, em cujas bases norte-americanas se encontram estacionados caças-bombardeiros que o Pentágono envia regularmente para a península coreana e que, na terça-feira, voltaram a voar perto da Coreia do Norte.