O grande desafio do ano para a segurança portuguesa? O Festival da Eurovisão
01-03-2018 - 07:00
 • Celso Paiva Sol , Inês Rocha

Autoridades atribuem ao evento um nível 3 de ameaça, que quer dizer “ameaça significativa".

O Festival Eurovisão da Canção, que se realiza em Lisboa de 6 a 12 de maio, vai implicar a montagem de um forte dispositivo de segurança na cidade. Para o Sistema de Segurança Interna português, este é mesmo o grande acontecimento do ano e envolve meses de preparação.

A avaliação do risco fala por si. As autoridades nacionais atribuem ao evento o nível 3 de ameaça, o que corresponde a “ameaça significativa”. Nos últimos anos, Portugal tem estado no nível 4 de ameaça, o segundo mais baixo numa escala de cinco níveis, desde os atentados de Madrid de 11 de março de 2004, em que morreram 191 pessoas. Antes disso encontrava-se no nível 5, o mais reduzido da escala. A única exceção foi a visita do Papa Francisco, em maio passado, durante a qual Portugal ficou também temporariamente no terceiro nível de ameaça.

Os números justificam os cuidados. Esperam-se mais de 30 mil visitantes estrangeiros, muitos deles membros de clubes de fãs do festival, além das quase duas mil pessoas envolvidas na organização e no apoio direto às delegações, dos 1.500 jornalistas de todo o mundo e dos cerca de 700 “VIP”, onde se incluem altas figuras de vários Estados.

Das 43 delegações apuradas para a final, há algumas, como Israel, Rússia, Alemanha e França, que são, por si só, complexos desafios à segurança.

A dimensão do evento e do esquema de segurança podem medir-se também pela forma como vai mexer com a cidade de Lisboa, onde haverá várias zonas fortemente condicionadas.

No Parque das Nações, o Altice Arena e zona envolvente vão estar fechadas para a montagem do evento já a partir de 4 de Abril. O Pavilhão de Portugal está já transformado num autentico quartel general da organização e, ainda na mesma zona, as atenções estão voltadas também para a FIL, uma vez que ali se irão realizar alguns eventos paralelos.

Na Praça do Comércio haverá também entradas controladas e muita vigilância, uma vez que este espaço, de 4 e 12 de maio, vai ser a Euro Village – uma “fan zone” que será o ponto de encontro entre a cidade e o festival, com programação artística e musical diária. Aqui, haverá ecrãs gigantes onde serão transmitidas as duas semifinais e a final de 12 de maio. A entrada é gratuita.

Outra das zonas onde a segurança vai ser reforçada é a zona ribeirinha de Belém, mais concretamente o Museu da Eletricidade e o MAAT, onde a 6 de maio irá decorrer a cerimónia formal de boas vindas e abertura do evento.

Vai haver uma “Blue Carpet”, uma carpete azul, porque a organização portuguesa irá homenagear os oceanos, por onde vão passar muitos dos VIP aguardados na capital portuguesa.

Para a segurança, o trabalho já começou há muito tempo.

A coordenação é da Secretária Geral do Sistema de Segurança Interna que, embora conte com a participação ativa de todas as forças e serviços de segurança, tem na PSP a principal responsável.

De forma mais ou menos visível e musculada, a PSP vai ter que envolver todas as suas valências, desde a Divisão de Trânsito ao Grupo de Operações Especiais.