“Le Pen está a explorar o medo sem vergonha nenhuma”. Primeiro-ministro francês responde à direita
21-04-2017 - 14:34
 • Rui Barros

O primeiro-ministro acusa Marine Le Pen e François Fillon de estarem a aproveitar o ataque para "marcar pontos" a dois dias das eleições.

O primeiro-ministro francês, Bernard Cazeneuve, reagiu, esta quinta-feira às declarações de Le Pen e François Fillon aos atentados nos Campos Elísios, acusando os candidatos de explorar o tiroteio que matou um polícia para “marcar pontos políticos” e “dividir as pessoas”.

“Alguns candidatos, esta manhã, fizeram a escolha do exagero e da divisão”, disse o chefe do executivo socialista, em declarações aos jornalistas, acusando a candidata da Frente Nacional de estar a “explorar o medo sem vergonha nenhuma”.

“[Le Pen] parece ignorar que estabelecemos controlo das fronteiras. Desde Novembro, mais de 2 300 polícias estão mobilizados para as nossas fronteiras”, lembrou o primeiro-ministro.

Recordando o historial das declarações da candidata da extrema-direita após atentados, o primeiro-ministro é categórico: a candidata da Frente Nacional “procura sempre tirar vantagens e orquestrar divisões”.

“Nada, nenhum inquérito ou informação me permite ligar a imigração e os pedidos de asilo ao que se passou ontem”, fez questão de dizer Cazeneuve.

O passado de Fillon

Também François Fillon, o outro candidato da direita às presidenciais francesas, foi alvo das críticas do Cazeneuve.

O primeiro-ministro criticou os resultados de Fillon no que toca a segurança nacional, ainda quando era primeiro-ministro sob a presidência de Nicolas Sarkozy: “François Fillon recomenda a criação de 10 mil novos lugares nas forças de segurança. Como é possível, vindo do candidato que, quando era primeiro-ministro, desfez-se de 13 mil forças de segurança”.

Em terceiro lugar nas sondagens, Fillon tem apostado nos temas de segurança para conquistar o eleitorado. Esta manhã, reagindo ao ataque terrorista, o candidato do partido “Os Republicanos” reafirmou o seu compromisso com a segurança dos franceses e apontou para a necessidade de ter “determinação” e “cabeça fria” para eliminar o extremismo islâmico.