​A Europa das sanções
21-07-2017 - 06:15

Sejam europeus ou não europeus, tenham governos de direita ou de esquerda, sejam grandes ou pequenos, uma lista crescente de países é alvo das fúrias das instituições europeias.

Desde há uns tempos para cá - por coincidência, desde que os problemas e desequilíbrios internos se têm agravado - que a União Europeia vem ameaçando ou efectivando sanções um pouco por todo o lado.

Sejam europeus ou não europeus, tenham governos de direita ou de esquerda, sejam grandes ou pequenos, uma lista crescente de países é alvo das fúrias das instituições europeias. A Rússia, a Turquia, a Polónia, a Hungria, a República Checa, a Venezuela e por aí fora são objecto de sanções actuais ou futuras.

Quando se trata de sanções económicas (o que não é o caso para todos os potenciais sancionados) os resultados são especialmente negativos porque afectam as economias não só dos estados alvo das sanções mas também as da União Europeia. Quanto às sanções políticas a estados membros da União, elas podem pôr em risco o já de si periclitante futuro da União.

Este caminho é um erro. A União não tem nem de longe a coesão para se afirmar como uma potência na cena mundial (e quanto a mim ainda bem, pois se a tivesse, tal seria sintoma que a Europa seja dominada por um dos seus estados). Por isso, estar a agitar as sanções a torto e a direito não faz qualquer sentido. Deve guardar as suas escassas munições para os casos em que esteja a ser ameaçado directamente um dos seus estados membros.

É fácil explicar a razão da emergência desta fúria sancionatória. À medida que o funcionamento da União se torna cada vez mais disfuncional, desviar as atenções para o exterior é uma tentativa (pouco original, diga-se) de esconder as fraquezas próprias.

O mais provável, porém, é que esconder a fraqueza desta forma só vá tornar ainda mais disfuncional a União.