Morreu a actriz Fernanda Borsatti
14-09-2017 - 12:00

Tinha 86 anos. O funeral realiza-se no sábado às 12h00.

A actriz portuguesa Fernanda Borsatti morreu esta quinta-feira de manhã, aos 86 anos, no Hospital da CUF, em Lisboa, vítima de doença prolongada, revelou a Casa do Artista.

O corpo vai estar em câmara ardente na Igreja São João de Deus, em Lisboa, a partir das 17h00 de sexta-feira, e o funeral realiza-se no sábado. De acordo com a Casa do Artista, a missa de corpo presente realiza-se na Igreja São João de Deus, junto à Praça de Londres, pelas 10h00, e o funeral segue depois, às 12h00, para o Cemitério dos Olivais.

Nascida em Évora, a 1 de Setembro de 1931, Fernanda Borsatti interpretou os mais diversos géneros teatrais, desde revista a comédia, passando pelas peças dramáticas.

Ao longo da carreira artística, passou por mais de dez companhias de teatro, entre as quais o Teatro Maria Vitória, a Companhia Laura Alves, a Companhia Raul Solnado, o Teatro Maria Matos e a Casa da Comédia.

A actriz integrou o elenco do Teatro Nacional D. Maria II entre 1978 e 2001 e trabalhou com realizadores como Henrique Campos e José Fonseca e Costa.

No Teatro D. Maria II, participou nas peças “O Bicho”, “O Tempo Feminino”, “O Fidalgo Aprendiz” ( com Ruy de Carvalho), “Passa por mim no Rossio”, “As Fúrias”, “O Crime da Aldeia Velha” e “Não Digas Nada”, entre outras.

Entre as longas-metragens que integrou no cinema, contam-se “Sangue Toureiro”, “Pão, Amor...e Totobola”, “Domingo à Tarde”, “O Diabo era Outro”, “O Ladrão de quem se fala”, “A mulher do próximo”, “O Querido Lilás” e “A Corte do Norte”.

Na televisão integrou séries, ‘sitcoms’ e telenovelas, como “A vida privada de Salazar”, “Doce Fugitiva”, “Inspetor Max”, “Residencial Tejo”, “Lá em casa tudo bem”, “Gente fina é outra coisa”, “Eu show Nico” ou “A Dama das Camélias”.

Em 2007, Fernanda Borsatti recebeu a Medalha de Mérito Municipal, no seu Grau Ouro, da Câmara de Lisboa.

Marcelo destaca "actriz versátil"

O Presidente da República já apresentou as condolências à família de Fernanda Borsatti, destacando a “actriz versátil” que foi, e lembrando a sua “presença activíssima nos tempos heróicos do teatro filmado”.

“Atriz versátil, rosto familiar a todos os portugueses, foi presença ativíssima nos tempos heroicos do teatro filmado, na RTP”, escreveu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de acordo com a mensagem publicada na página da Presidência.

Recordando a participação de Fernanda Borsatti, ao longo de décadas, em trabalhos televisivos diversificados, bem como no teatro, onde passou “por boa parte das companhias teatrais marcantes”, o Presidente da República considerou que a “sua personalidade artística empática, afirmativa, efervescente, fica na (…) memória”.

"Deixou uma marca pessoal na arte de representar"

O Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, manifesta "o seu profundo pesar" pela morte de Fernanda Borsatti.

Nas palavras de Luís Filipe Castro Mendes, Fernanda Borsatti "sempre se destacou pela versatilidade, ao mesmo tempo que deixou uma marca pessoal na arte de representar".

"Ao longo de mais de seis décadas de trabalho, actriz integrou diversas companhias de teatro, desempenhando também numerosos papéis no cinema e na televisão. Da revista à comédia, do drama à ficção, foi contemporânea do crescimento do teatro e do nascimento da televisão pública no nosso país, levando as artes a um maior número de cidadãos", lembrou o ministro, numa nota enviada às redações.

Luís Filipe de Castro Mendes considera que a actriz sempre manifestou ao seu público "respeito e gratidão" e que desta forma fez "parte da vida de muitos portugueses, que a reconheciam e acarinhavam.

O ministro da Cultura termina a nota de pesar lembrando as homenagens e prémios com que foi contemplada ao longo da sua carreira, que, ainda assim, nunca a impediram de manter a discrição.

"O melhor que uma pessoa pode ter na sua vida é fazer aquilo de que gosta. E eu tenho essa sorte, que é ser atriz!", refere o comunicado, citando a atriz.

[notícia actualizada ás 18h28, com reacção do ministro da Cultura]