O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, padre Américo Aguiar, pretende que a rádio possa celebrar o seu centenário no seu próprio canal de televisão.
“Daqui a 20 anos, quando estivermos a celebrar o centenário da Rádio Renascença, gostaria de estar a celebrar na televisão”, declarou Américo Aguiar, nesta segunda-feira em que a Renascença comemora 80 anos.
A revelação foi feita no programa Carla Rocha – Manhã da Renascença, durante o momento inédito, no qual as quatro rádios do grupo - Renascença, RFM, Mega Hits e Rádio Sim - estiveram em simultâneo.
“Nós, cá em casa, já temos tudo: os conteúdos, os profissionais, a Renascença V+, a multimédia e, se Deus quiser, no centenário, estou convencido que vamos soprar velas na televisão da Renascença”, adiantou.
O projecto não tem data certa para arrancar, mas já há algumas ideias sobre o que será. Américo Aguiar revela que não será um canal aberto e deve seguir a tendência de aposta numa televisão “on demand”.
“Estamos numa fase cultural do self-service, do ‘ver o que quero, à hora que quero, das temáticas que me interessam mais directamente’. Nós temos de ir ao encontro desse perfil de ouvinte/telespectador e isso significa um projecto televisivo que não tem uma grelha fixa, não tem uma proposta fixa de televisão mas que vai ao encontro daquilo que são os horários e os interesses de cada um dos seus destinatários”, adianta.
Fundador da Renascença já tinha plano multimédia
Nesta entrevista, Américo Aguiar lembra que o fundador da Renascença, Monsenhor Lopes da Cruz, nos anos 30, “já tinha um plano multimédia”.
“Não podemos esquecer que Monsenhor Lopes da Cruz foi o primeiro presidente da Assembleia Geral da RTP – Rádio e Televisão Portuguesa. Portanto, o bichinho está cá”, diz o presidente do Conselho de Gerência.
“Penso que o projecto inicial de comunicação da Igreja em Portugal precisa, para estar completo, de presença televisiva”, afirmou.
Américo Aguiar aludiu à entrada da Igreja na televisão há mais de 20 anos, no arranque da TVI, admitindo que “os tempos ainda são de algum desconforto” em relação a essa fase mas mostrou-se “convicto que com tempo, com as parcerias e as sinergias devidas”, a ideia pode ganhar outros contornos.