O Governo português submeteu esta segunda-feira à Comissão Europeia o pedido de activação do Fundo Europeu de Solidariedade na sequência dos incêndios que atingiram a região Centro em Junho, disse à Lusa fonte do Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas.
Segundo a fonte do gabinete do ministro Pedro Marques, o pedido foi feito esta tarde, por via electrónica, tendo o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza, enviado também uma carta formal à Comissão Europeia dando conta da submissão.
O pedido refere que os prejuízos ascendem a 496,8 milhões de euros – 193,3 milhões referem-se a prejuízos directos e os restantes 303,5 milhões a medidas de prevenção e relançamento da economia.
Há uma semana, no dia 11, a comissária europeia para a Política Regional, Corina Cretu, disse que aguardava ainda o pedido de Portugal para recorrer ao Fundo de Solidariedade Europeu.
"As autoridades portuguesas pediram-nos para acelerar o processo, mas não podemos sequer iniciá-lo porque não recebemos nenhum pedido" formal, sublinhou a comissária, em conferência de imprensa.
No mesmo dia, fonte do Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas indicou que o Governo e a Comissão Europeia concluiriam nessa semana os contactos relativos à activação do fundo, seguindo o pedido formal após esse processo.
Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de Junho em Pedrógão Grande (distrito de Leiria) e Góis (distrito de Coimbra), tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos uma semana depois.
Estes fogos terão afectado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas. Quase 50 empresas foram também afectadas, assim como os empregos de 372 pessoas.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta.