O Bloco de Esquerda pede a libertação de Luaty Beirão com uma iniciativa, esta sexta-feira, no Parlamento. A porta-voz do BE e os restantes 18 deputados bloquistas envergavam t-shirts brancas com os rostos dos activistas e que diziam "liberdade já".
Catarina Martins pediu a liberdade para o luso-angolano em greve de fome há 33 dias, e disse que se Portugal não denunciar esta situação é cúmplice de um atentado aos direitos humanos.
"Quem no nosso país calar sobre o que está a acontecer em Angola com estes activistas pela liberdade é cúmplice de um atentado aos direitos humanos, é cúmplice da existência de presos políticos num país com o qual Portugal tem tantas relações", afirmou aos jornalistas no parlamento.
Catarina Martins pediu ainda a liberdade para os restantes 15 activistas angolanos presos e que, segundo a deputada, foram torturados pela polícia.
A porta-voz do BE referiu ainda que além de Luaty Beirão há outros presos em greve de fome cujo "único crime" que cometeram foi "a liberdade de pensamento".
Com esta iniciativa, o Bloco pretendeu lembrar os presos políticos em Angola e acrescentou que já falou desta situação ao primeiro-ministro e Presidente da República portugueses bem como no Parlamento Europeu.
Luaty Beirão integra a lista de um grupo de 15 pessoas detidas desde o passado dia 20 de Junho, acusados formalmente, desde Setembro, de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente, mas sem que haja uma decisão do tribunal de Luanda sobre a prorrogação da prisão preventiva em que se encontram.
Para denunciar a ilegalidade, Luaty Beirão iniciou a greve de fome, que decidiu continuar mesmo depois de marcado o julgamento para os dias entre 16 e 23 de Novembro.
O activista é um dos rostos mais visíveis da contestação ao regime angolano e já chegou a ser preso pela polícia em manifestações de protesto.
[notícia actualizada às 12h00]