Portugal é dos países com mais jovens obesos
17-05-2017 - 06:33

Estudo da OMS diz que um em cada dez rapazes de 11 anos é obeso. A falta de frutas e legumes e o sedentarismo colocam o país nesta lista.

Portugal não está a conseguir frutos na luta contra a obesidade entre os mais jovens. Segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) o país estagnou entre 2002 e 2014 no combate a esta doença.

Apenas Grécia, Macedónia, Eslovénia e Croácia apresentam valores piores do que Portugal, onde, segundo a OMS, a prevalência da obesidade nos adolescentes é de 5%, com especial incidência nos rapazes (um em cada 10 é obeso).

Entre as principais causas para os elevados níveis de obesidade estão maus hábitos alimentares, pouca actividade física e comportamentos sedentários. Mas não são só eles que não se mexem.

A prática de exercício físico é também baixa entre as adolescentes portuguesas, que estão entre as menos activas da Europa. Ainda assim, é só na Grécia e em Itália que a prevalência da obesidade nas raparigas é superior a 5%.

A OMS destaca ainda que o abandono da dieta mediterrânica, associado à crise económica nos países do Sul da Europa, contribuiu para o elevado nível de obesidade, com um insuficiente consumo de vegetais e um consumo de fruta a cair desde os últimos 12 anos.

Numa nota à imprensa, a organização sublinha que “a obesidade infantil é considerada um dos mais sérios desafios de saúde pública do século XXI”.

“As crianças obesas têm maior risco de contrair diabetes de tipo2, asma, dificuldades em dormir, problemas musculo-esqueléticos e doenças cardíacas, além de dificuldades na escola, problemas psicológicos e isolamento social.

O relatório, que analisou 27 países, é apresentado esta quarta-feira no Porto, no âmbito do Congresso Europeu de Obesidade.

“É necessária uma política ambiciosa para concretizar o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável e pôr fim ao aumento da obesidade infantil”, afirma a directora regional da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab.

“Os Governos têm tomar medidas e quebrar este ciclo prejudicial desde a infância à adolescência e idade adulta”, acrescenta, na comunicação à imprensa divulgada no site da organização.