Economistas e meteorologistas
16-04-2018 - 10:03
 • Paulo Ribeiro Pinto

Há uma famosa piada que diz o seguinte: os economistas foram criados para dar credibilidade às previsões dos meteorologistas. A anedota serve para ilustrar as muitas vezes que falham as previsões económicas.

Um dos casos mais relevantes em que as previsões falhadas foi a crise financeira de 2007/2008, quando apenas um punhado de economistas – alguns considerados até excêntricos pelos colegas mais ortodoxos – conseguiu antever o caos que acabou por acontecer com a crise do imobiliário, da qual, 10 anos depois, ainda não recuperámos totalmente.

O Economia das Coisas foi, portanto, tentar perceber porque falham as previsões económicas com a economista Joana Andrade Vicente, do Instituto de Políticas Públicas do ISEG e que participou no livro "Uma Estratégia Orçamental Sustentável para Portugal", com muitas previsões alternativas às do Governo no programa de estabilidade.

As previsões são isso mesmo: previsões... O problema é que foram e ainda são tratadas pelos decisores políticos como certezas futuras, mas ainda ninguém consegue saber o que vai acontecer nos próximos anos.

“Ninguém consegue prever o futuro”, diz Joana Andrade Vicente, para quem a maior dificuldade são algumas variáveis sobre as quais “não temos muita informação” ou “que não têm o comportamento linear do passado”.

O problema é, portanto, que a maior parte dos modelos utilizados para fazer as previsões económicas tem por base informações do passado, com o comportamento de variáveis igual há de dezenas de anos. E, por vezes, a história não se repete.

Num outro Economia das Coisas ainda falaremos do famoso Excel, utilizado pelos economistas para fazerem as previsões económicas. Não é bem um excel, mas isso fica para a outra altura.

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