O que usar após picada de alforreca? Vinagre ou água salgada
20-04-2017 - 07:59

A resposta surge após uma investigação dos biólogos do Instituto de Ciências do Mar de Barcelona.

O uso do vinagre como remédio para as picadas das alforrecas, nas costas espanholas e portuguesas, é adverso. A melhor solução é limpar a área afectada com água salgada. O aviso é do Instituto de Ciências do Mar de Barcelona (ICM-CSIC).

Os biólogos de Barcelona fizeram este aviso depois da publicação de um artigo científico na revista online suíça “Toxins”, realizado pela universidade do Havai.

As alforrecas são um animal aquático de corpo mole e gelatinoso, com tentáculos que, após o contacto, pode injectar uma espécie de espinho. A investigação foi feita com duas espécies: as alforrecas da classe ‘Cubozoa’, a ‘alatina alata’, que habita nas costas do Havai; e a espécie de alforreca mais perigosa do mundo, ‘Chironex fleckeri’, comum nas águas australianas.

“Nenhuma destas espécies de alforrecas se encontram nas águas espanholas, onde só habitam espécies que não têm o perigo das espécies tropicais citadas”, explicam os biólogos do ICM-CSIC.

As investigações da universidade do Havai, realizadas utilizando novos ensaios, confirmam os efeitos positivos do uso do vinagre nas picadas das alforrecas muito perigosas.

No entanto, as espécies que habitam nas costas espanholas e que chegam à portuguesa não pertencem a esta classe de alforrecas perigosas - geralmente, só fazem pequenas picadas. São, na maioria, da classe ‘Schyphozoa’, como por exemplo a espécie ‘Pelagia noctiluca’.

Os resultados preliminares do projecto concluíram que, em caso de uma picada pela ‘Pelagia noctiluca’, a aplicação do vinagre “é contraproducente porque provoca a descarga imediata das células urticantes [células capazes de injectar um espinho minúsculo]”, disseram os investigadores.

Pelo contrário, a aplicação de água do mar “não gera a descarga das células urticantes, por isso este é o remédio recomendado para a picada das alforrecas [nas costas espanholas]”, referem os investigadores.