Nas eleições de ontem na Holanda Gert Wilders, principal paladino anti-Islão, anti-imigrante e anti-UE não teve a vitória que os seus homólogos europeus esperavam para levar Marine Le Pen à presidência da França e os eurocépticos alemães a travar a política europeísta de Berlim. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, poderá formar um novo governo de coligação pró-europeu.
É uma boa notícia, embora não excelente. Para ganhar as eleições, M. Rutte adoptou uma linguagem nacionalista e, por vezes, xenófoba. Ter proibido dois ministros da Turquia de virem à Holanda falar em comícios com imigrantes turcos acabou por o favorecer. Os sucessivos insultos de Erdogan ao governo holandês reforçaram Rutte.
Podemos, assim, duvidar que a Holanda, país fundador da integração europeia e também país do compromisso e do consenso (por exemplo, entre protestantes e católicos), volte a ser o que foi.
Esperemos que nas próximas eleições francesas (presidenciais e legislativas), bem como nas alemãs (em Setembro), as forças europeístas e não xenófobas vençam nos votos mas também nas ideias.