MNE não viu "descortesia" aos reis espanhóis no Parlamento
01-12-2016 - 13:36

A atitude do Bloco de Esquerda suscitou críticas, nas redes sociais, nomeadamente de deputados do PS e do PSD, que acusaram os bloquistas de falta de educação e de desrespeito aos monarcas espanhóis.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse este sábado não ter visto qualquer "sinal de descortesia ou de menos cortesia" por parte de grupos parlamentares para com os reis de Espanha, na sessão solene esta quarta-feira.

"Não vi nenhum sinal de descortesia ou de menos cortesia no parlamento", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, questionado pela Lusa sobre a decisão dos deputados do Bloco de Esquerda de permanecerem sentados e sem aplaudir o discurso de Felipe VI na Assembleia da República, esta quarta-feira, no terceiro e último dia de uma visita de Estado dos reis espanhóis a Portugal.

No final do discurso, os deputados comunistas levantaram-se, mas não aplaudiram, enquanto as bancadas parlamentares do PS, PSD e CDS-PP saudaram a intervenção do rei espanhol com aplausos e de pé. Os membros do Governo também bateram palmas.

Um aplauso que, comentou o ministro, foi "particularmente vibrante" e que se prolongou por "muitos minutos", como uma demonstração da "grande simpatia" pelo chefe de Estado espanhol.

A atitude do Bloco de Esquerda suscitou críticas, nas redes sociais, nomeadamente de deputados do PS e do PSD, que acusaram os bloquistas de falta de educação e de desrespeito aos monarcas espanhóis. Os eleitos do BE também não participaram na sessão de cumprimentos a Felipe VI e Letizia.

Santos Silva referiu que, quer quando os reis entraram no hemiciclo quer quando foram tocados os hinos português e espanhol, todas as bancadas parlamentares se levantaram.

Sobre a reacção ao discurso do rei, o ministro afirmou que os deputados "aplaudem ou não aplaudem, de pé ou sentados, na medida do entusiasmo que o discurso lhes suscita". "Era o que faltava estarmos todos obrigados a aplaudir", disse.

Os reis de Espanha visitaram Portugal entre segunda e quarta-feira, tendo passado pelo Porto, Guimarães e Lisboa.