​Estratégias falhadas no petróleo
10-05-2017 - 06:35

Ainda que a OPEP prolongue os cortes na produção, não é provável um novo choque petrolífero.

A gasolina e o gasóleo desceram de preço esta semana em Portugal. Irá continuar a descida? Ninguém sabe ao certo, mas o consenso dos especialistas aponta para que o barril de crude (petróleo bruto) não subirá mais do que para os 55 a 60 dólares - o barril anda agora pelos 50 dólares. O que influenciará a evolução dos preços dos produtos refinados, como os combustíveis.

Ora a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) decidiu em Novembro passado um corte na produção de crude, para fazer subir o preço. Recorde-se que o barril de brent valia quase 120 dólares no início de 2013, mas um ano e meio depois começou a descer, atingindo apenas 30 dólares no princípio de 2016, o nível mais baixo desde 2004.

A Arábia Saudita apoiou durante algum tempo esta baixa do preço do petróleo, na esperança de que essa baixa pusesse “fora de combate” as empresas americanas que exploram o petróleo de xisto (fracking). Só que a maioria dessas empresas aguentou o embate, reduziu custos e não parou a produção.

Tendo falhado a sua estratégia contra o fracking dos EUA, os sauditas reviram a sua posição e passaram a apoiar cortes na produção. A Rússia, que não pertence à OPEP, alinhou nessa política de restrição da oferta.

Só que, embora o preço do barril tenha subido alguma coisa, não subiu tanto como a OPEP esperava. E o fracking aproveitou essa moderada valorização para produzir mais…Acresce que aumentou a produção na Líbia e na Nigéria, que os stocks nos EUA não caíram como se previa e que a procura de petróleo abrandou na China e nos EUA.

Para um país, como Portugal, ainda muito dependente do petróleo (todo importado) como fonte de energia, é positiva a perspectiva de ser improvável um novo choque petrolífero nos próximos tempos. Ainda que a OPEP prolongue, como se espera, os cortes na produção.