Assobiador. O sobreiro “casamenteiro” que quer conquistar a Europa
14-02-2018 - 12:04
 • Rosário Silva

O sobreiro mais velho do mundo é português e quer ser "Árvore do Ano". Pode votar no concorrente nacional até 28 de fevereiro.

É o mais antigo do mundo e os seus 234 anos de idade não o impedem de se atirar a um novo título. Chama-se Sobreiro Assobiador, vive na freguesia de Águas de Moura, concelho de Palmela, e pode estar a caminho de ser, também, "Árvore do Ano".

Portugal estreia-se no concurso “Tree of the Year 2018", promovido pela ELO – European Landowners Organization, em parceria com a Environmental Partnership Association e a Tetra Pak, com um concorrente de peso. Imponente, produtivo e exemplo de vitalidade, o Assobiador foi escolhido pela UNAC – União da Floresta Mediterrânica, que selecionou o sobreiro de Águas de Moura para correr pelo título de "Árvore do Ano" e que desafiou a câmara de Palmela a juntar-se ao concurso.

“Tem um enorme significado para nós, pois trata-se de um exemplar único, centenário, com uma idade estimada de 234 anos e que reconhece o esforço que temos feito para preservar o espécime e o espaço onde está inserido”, confessa à Renascença Álvaro Amaro, presidente do município palmelense.

Figura central de um espaço de lazer apetecível, o sobreiro é conhecido como “assobiador” ou “casamenteiro”.

“O pessoal da aldeia diz que é assobiador por ser habitado e visitado por muitos pássaros”, refere o autarca. “Há aqui todo um simbolismo se pensarmos que à sombra desta árvore terão sido arranjados muitos casamentos, de forma que é também conhecido como casamenteiro”, acrescenta.

Há muito que a majestosa árvore se tornou atração turística e pela localidade da freguesia de Marateca passam muitos visitantes. “Fico muito feliz quando me dizem que por ali passaram, por exemplo, um autocarro de japoneses para o fotografar ou um grupo de suecos”, conta Álvaro Amaro.

Com 16 metros de altura, “continua a ser um sobreiro saudável que já foi descortiçado mais de 20 vezes, desde 1820”, sublinha o presidente do município, acentuando que “a extração efetuada em 1991, deu mais de 1200 quilos de cortiça”, o suficiente para “mais de cem mil rolhas, isto para associar a esta terra de vinhos”.

“Estamos muito felizes por ter sido escolhidos para este concurso internacional, com as suas árvores com histórias interessantes e com impacto nas suas comunidades”, adiciona o autarca.

O sobreiro, classificado como “Árvore de Interesse Publico” desde 1988 e inscrito no Livro de Recordes do Guiness como “o maior sobreiro do mundo”, vai disputar o concurso com outras 12 árvores. As votações já estão a decorrer e prolongam-se até 28 de fevereiro.

O convite é feito por Álvaro Amaro: “Faço um apelo a todas as regiões para que votem no assobiador de Águas de Moura, um património que representa bem as nossas tradições”.

Para votar, e consultar as histórias de cada árvore, basta visitar o site oficial da Árvore Europeia do Ano 2018.

Os resultados são anunciados numa cerimónia de entrega de prémios, em Bruxelas, marcada para 21 de março.