Ryanair. Greve europeia contra “o ‘bullying’ e a discriminação” em análise
24-04-2018 - 10:02

Bruno Fialho, da direção do sindicato, esteve na Manhã da Renascença para explicar em que pé estão as negociações com a empresa.

Vários sindicatos europeus de tripulantes de cabine da Ryanair reúnem-se esta terça-feira de manhã em Lisboa para discutir a convocação de uma greve europeia.

Estão confirmadas as presenças de representantes de sindicatos da Holanda, de Itália, Espanha, Bélgica e Alemanha. “Todos nós temos as mesmas situações em análise”, refere o sindicalista português Bruno Fialho.

Em causa estão direitos que os trabalhadores exigem, nomeadamente em questões de parentalidade e baixas médicas, e que a empresa descura, não obstante ir contra as leis nacionais, como a portuguesa.

“Infelizmente, é uma questão até cultural da própria Ryanair. Cresceu desta forma, não sabe ser gerida de outra maneira e, portanto, utiliza este tipo de 'bullying', chantagem, discriminação em trabalhadores”, afirma Bruno Fialho.

“Falo de casos em que pais e mães não podem usufruir da lei da parentalidade, dos dias para estar em casa com os seus filhos. Na Holanda, houve uma tripulante que foi obrigada a despedir-se, porque exigiu a lei da parentalidade na Holanda e, no termo da mesma, a Ryanair coloco-a noutra base, fora do país, e ela foi obrigada a demitir-se”, conta.

Convidado da Manhã da Renascença, o sindicalista do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil diz que a greve parece ser o último recurso.

“Nenhum sindicato, em primeiro lugar, gosta de greves. Nós também não gostamos. Somos obrigados a fazê-las. E esta greve europeia se todos os sindicatos hoje acordarem na mesma será feita para defender os direitos dos trabalhadores da Ryanair”, justificou.

A hipótese de uma greve europeia na Ryanair pode sair da reunião desta terça-feira. É pelo menos essa a proposta que este sindicato leva ao encontro.

A Ryanair tem sido notícia nos últimos tempos, devido à paralisação dos trabalhadores portugueses – uma greve que levou a companhia a recrutar tripulantes de outros países para minimizar o impacto da paralisação em Portugal.