Salvador Sobral leva Portugal à Eurovisão. “É tudo muito estranho”, diz a mãe
09-05-2017 - 08:19

“Amar pelos Dois” é a canção que o cantor, que tem feito sucesso nas redes sociais e meios de comunicação estrangeiros, leva à Ucrânia. Recorde a entrevista da mãe de Salvador à Renascença.


Portugal poderá obter, este ano, um dos melhores resultados de sempre no Festival Eurovisão da Canção. Esta terça-feira à noite, o cantor Salvador Sobral representa o país com a música “Amar pelos dois”.

É a primeira semifinal do festival, que este ano decorre em Kiev, na Ucrânia.

As apostas e as reacções difundidas nas redes sociais, bem como o destaque dado ao cantor português nos meios de comunicação social estrangeiros fazem subir a expectativa face ao resultado.

A propósito do Dia da Mãe, a Manhã da Renascença convidou Luísa Villar, a mãe de Salvador e Luísa Sobral, para conversar.


De acordo com o site eurovisionworld.com, dedicado ao concurso, Portugal surge no segundo lugar, numa média de várias casas de apostas. Itália, com a canção “Occidentali´s Karma”, interpretada por Francesco Gabbani, é apontada como favorita para vencer o concurso.

Em cada semifinal (a segunda realiza-se na quinta-feira, dia 11) participam concorrentes de 18 países. A final é disputada no sábado por representantes de 26 territórios: os 20 qualificados nas semifinais, os chamados “Cinco Grandes” (França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido) e o país anfitrião (Ucrânia).

A primeira semifinal e a final vão ser emitidas em directo pela RTP, a partir das 20h00. A segunda semifinal será em diferido, pelas 22h00.

“Amar pelos dois” foi composta por Luísa Sobral, irmã de Salvador, e venceu a final do Festival da Canção, que decorreu a 6 de Março no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Depois de um ano de ausência, Portugal regressa assim à Eurovisão, onde se estreou em 1964. A última vez competiu numa final foi em 2010.

A melhor classificação portuguesa no concurso foi em 1996, com um sexto lugar obtido por Lúcia Moniz, com a canção “O meu coração não tem cor”.

Festival ensombrado por questões políticas

À parte as canções, a edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção ficará marcada pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia. A 13 de Abril, a Rússia anunciou que não iria participar no concurso depois de a Ucrânia ter impedido a entrada da concorrente russa em território ucraniano.

De acordo com a Agência France Presse, a cantora Yulia Samoylova está proibida de entrar na Ucrânia durante três anos, por ter dado um concerto na Crimeia em Junho de 2015, após a anexação russa daquela península em 2014.

Entretanto, a organização do festival sugeriu à Rússia a possibilidade de participar no festival com uma actuação via satélite, algo que foi imediatamente rejeitado.

A cadeia de televisão russa Perviy Kanal anunciou na quinta-feira que não irá emitir o concurso devido à interdição. Depois deste anúncio, a organização do Festival Eurovisão da Canção divulgou que a Rússia “não está em condições de participar na competição deste ano”.

Além disso, a organização do festival, que insiste na participação da cantora russa, ameaçou excluir a Ucrânia das próximas edições do concurso se Kiev insistir em proibir a entrada de Yulia Samoylova no país.