Chumbo mostra que sociedade “não está favorável” à legalização da eutanásia
30-05-2018 - 00:52
 • Isabel Pacheco

Em entrevista à Renascença, a diretora do Instituto de Bioética da Universidade Católica considera imoral a hipótese de ver o tema da despenalização da eutanásia discutido já na próxima legislatura.

O resultado da votação desta terça-feira, no Parlamento, mostra que Portugal não está preparado para a legalização da eutanásia, afirma a diretora do Instituto de Bioética da Universidade Católica, Ana Sofia Carvalho.

Em entrevista à Renascença, a catedrática argumenta que o equilíbrio na votação prova que a sociedade “não está favorável” à legalização da eutanásia.

“Num assunto destes haver uma distribuição de votos de uma forma tão igual só significa que não estamos preparados e que, tal como na Assembleia da República, a sociedade não está favorável a que se avance com projetos desta natureza”, defende.

Ana Sofia Carvalho, que também integra o Conselho de Ética para as Ciências da Vida, manifesta satisfação pelo chumbo à eutanásia e fala num “enorme alívio”.

A diretora do Instituto de Bioética da Universidade Católica considera imoral a hipótese de ver o tema da despenalização da eutanásia discutido já na próxima legislatura.

As quatro propostas apresentadas no Parlamento para despenalizar a eutanásia em Portugal foram chumbadas esta terça-feira por uma maioria dos deputados.

Um total de 229 deputados foram chamados a votar a favor, contra ou a absterem-se sobre quatro projetos de lei, apresentados pelo PS, o BE, o PEV e o PAN.

Cada deputado votou nominalmente em cada uma das propostas, à exceção do único legislador ausente, o parlamentar Rui Silva, do PSD, que se encontra no estrangeiro.

Os dois maiores partidos, PS e PSD, que somam 175 dos 230 assentos parlamentares, deram liberdade de voto aos seus deputados.