O erro de Gaspar

O ministro das Finanças veio reconhecer que “a execução orçamental até Maio deste ano ficou muito aquém do previsto”. Esta é uma forma simpática de esconder que se enganou nas previsões.

Quando Vítor Gaspar veio para o Governo, o seu maior objectivo era o equilíbrio das contas públicas. Convenhamos que nesta matéria a sua acção foi até agora um fracasso.

As medidas fiscais tomadas, nomeadamente, o aumento de impostos, revelaram-se contraproducentes. Ao contrário do que previa Gaspar, a receita fiscal está em queda livre.

O IVA caiu vertiginosamente, por comparação com 2011; o imposto sobre veículos teve uma redução de quase 50%! Ao mesmo tempo, a Segurança Social tem um acréscimo de despesas com o subsídio de desemprego, consequência da falência diária de muitas empresas.

As contas de Gaspar saíram completamente furadas. As finanças públicas estão nesta altura sem controlo.

A obstinação de Vítor Gaspar com a austeridade levou-o a esquecer o que ele mesmo ensinava nas universidades: que taxas de imposto a partir de certa grandeza deprimem a economia, incentivam a fuga ao fisco e levam à redução da colecta.

Toda a gente já percebeu, mas Vítor Gaspar, esse, parece querer continuar a insistir no mesmo erro.