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Paulo Morais

Um terço dos portugueses vive no estrangeiro

26 dez, 2011 • Paulo Morais

Os números de emigração são, aliás, semelhantes aos dos anos sessenta em plena ditadura salazarista. Tal como então, são muitos os que fogem duma terra que os maltrata.

Um terço dos portugueses vive no estrangeiro
São cerca de cinco milhões, número com tendência para aumentar, ao mesmo ritmo que crescem as dificuldades em Portugal.

Os números de emigração são, aliás, semelhantes aos dos anos sessenta em plena ditadura salazarista. Tal como então, são muitos os que fogem duma terra que os maltrata.

Mas, mesmo fora de Portugal, continuarão a ser vítimas dum estado que não lhes proporcionará qualquer apoio nessa aventura de diáspora.

A rede consular, que deveria garantir a sua ligação em permanência ao país, actua ainda numa lógica de funcionalismo público tradicional. Por sua vez, os embaixadores portugueses desconhecem, na sua grande maioria, o fenómeno da emigração, os seus dramas e dificuldades.

A nível governamental, sucessivos executivos tratam os assuntos das comunidades através do seu ministro dos estrangeiros. Ainda por cima, através da secretaria de estado com menor peso protocolar. Os emigrantes são assim tratados como estrangeiros. Ainda por cima como estrangeiros de segunda!

Por estas e por outras, para quem não tem trabalho nem perspectiva de o obter a prazo, este país não é grande ajuda: ou porque continuarão desempregados em território nacional ou porque serão portugueses de segunda, vivendo no estrangeiro.