O reino dos centros comerciais

É um fenómeno natural. Afinal, é no interior dos centros comerciais que se usufrui da qualidade de vida que em tempos caracterizava os núcleos urbanos. Aqui, o acesso é normalmente fácil e o estacionamento quase sempre gratuito.

No seu interior, há limpeza, circula-se confortavelmente e em segurança. Há acessos para pessoas com mobilidade reduzida e carrinhos de bebé. Há até parques infantis interiores e cadeiras para transportar crianças.

Por outro lado, o espaço público está completamente ao abandono, sem limpeza ou manutenção. Os passeios estão pejados de buracos, verdadeiras crateras, causa de muitos acidentes, em particular para os mais idosos; as ruas destroem suspensões de automóveis; o estacionamento público já não é um serviço, mas um negócio para enriquecer as empresas municipais.

Faltam espaços de encontro, convívio e lazer, os jardins de proximidade desapareceram, parques infantis, nem vê-los.

Perante este triste cenário, como é que ainda há quem se admire pelo facto de os portugueses terem trocado os centros das cidades pelos centros comerciais?