21 nov, 2011
O governo vem garantir não há alternativa a estes cortes, que o orçamento não tem almofadas e mesmo aqueles que pareciam achar estes cortes evitáveis, já se renderam, a começar pelo Partido Socialista e até mesmo pelo Presidente da República.
O que acho estranho em todo este processo é que ninguém se lembre de cortar nas despesas com as célebres parcerias-publico privadas, nomeadamente nas chamadas SCUTs. Não é admissível que se mantenham hoje as garantias de rentabilidade dos valores escandalosos actualmente praticados que são, em regra, superiores a 14%.
E ainda por cima, a renegociação está prevista no acordo com a Troika e nem sequer é difícil de conduzir. Para cada caso, bastaria proceder a uma avaliação independente das infra-estruturas (sejam estradas ou hospitais) e comparar esse valor com o das rendas vencidas e a vencer. Os resultados desta comparação obrigariam seguramente a que as rendas pagas sejam reduzidas para menos de metade. O estado poderia assim obter assim uma poupança de mais de dois mil milhões de euros por ano – bem mais do que suficiente para pagar os subsídios aos funcionários, como é afinal sua obrigação.