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Opinião de Paulo Morais

Actos simbólicos

27 jun, 2011 • Paulo Morais

O novo primeiro-ministro Passos Coelho tem marcado o início do seu mandato com alguns actos simbólicos.

Actos simbólicos

Mantém a sua residência nos subúrbios de Lisboa e exigiu viajar de avião em classe económica, dando assim um exemplo de sobriedade nos gastos. Com este tipo de atitudes, para além do exemplo, Passos Coelho tenta aproximar-se do povo e assumir-se como homem comum. O que deve ser aplaudido.

Seria até interessante que convidasse todo os membros do seu governo a experimentar o que sentem os cidadãos e as empresas.

Pelo menos durante alguns meses, os ministros deveriam tentar viver, já não digo o salário mínimo, mas com o médio. Ficariam assim a saber que quem aufere 900 euros de salário, apenas recebe 711, com os quais tem de sustentar a família durante um mês.

E se os membros do governo estivessem, também durante um curto período ao leme duma pequena empresa, perceberiam que para garantir aqueles 711 euros ao trabalhador, se gastam mensalmente com impostos, taxas e outras alcavalas, cerca de 1700, ou seja muito mais do dobro. Sentiriam ainda as dificuldades de conquistar mercado, de obter crédito ou até de receber as dívidas do estado, que é a entidade mais caloteira do país.
 
Se conhecessem melhor a vida dos trabalhadores e das empresas, os ministros por certo estariam aptos a decidir de forma mais competente.