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Opinião de Paulo Morais

Economia paralela

13 jun, 2011 • Paulo Morais

A economia paralela representa em Portugal cerca de vinte e cinco por cento do Produto Interno Bruto, segundo recentes dados do Observatório da Fraude, da Faculdade de Economia do Porto. Nos países do norte da Europa estes valores rondam os dez ou onze por cento, ou seja, bem menos de metade.

Penso que esta informação não espantará todos quantos nos ouvem, pois de cada vez que vamos a um restaurante perguntam-nos se queremos factura, ou quando levamos o carro à garagem, apresentam-nos um orçamento com IVA e outro sem IVA.

Em tempo de ruptura das contas públicas, o novo governo deve estar muito atento a estes números. Pois bastaria que nos aproximássemos da média europeia para que se arrecadassem mais cerca de três mil milhões de euros por ano em impostos. Seria, aliás, o resultado da aplicação duma taxa média de 20%, a incidir sobre os doze por cento de PIB recuperados.

Qual a forma para atingir este acréscimo nas receitas? Eventualmente reduzir a taxa de imposto, pois com taxas mais baixas talvez se reduzisse a fuga ao fisco. Deveriam ainda ser introduzidos, complementarmente, mecanismos de simplificação fiscal.

Deixo pois votos para que o futuro governo não caia nos erros dos seus antecessores e tente resolver os problemas de falta de verbas com a receita de sempre: o aumento de impostos. Até porque essa fórmula já foi tentada, com os resultados que todos conhecemos.