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Opinião Paulo Morais

Redução da Taxa Social Única "só peca por tardia"

09 mai, 2011

A redução da Taxa Social Única (TSU) que o PSD agora veio propor no seu programa eleitoral só peca por tardia.

Se vier a ser implementada, esta medida virá aliviar a vida das pequenas e médias empresas, eventualmente salvar algumas de muitas dificuldades, garantindo assim algum emprego.

E vem, sobretudo, repor alguma ordem  num sistema de Segurança Social caríssimo, que nos leva a cada um de nós no final de cada mês um terço do nosso salário para apenas garantir à maioria umas míseras pensões de sobrevivência.

Com esta redução sairia beneficiado o próprio orçamento de Estado, já que o estado, enquanto entidade empregadora, viria a poupar um valor estimado em cerca de 500 milhões de euros por ano.

O efeito de quebra de receita teria assim apenas um efeito nos fundos autónomos da Segurança Social, inferior a sete por cento das contribuições, reflectir-se-ia numa redução do valor das pensões apenas no futuro.

E se esta questão for bem gerida, terá reflexo só nas reformas mais elevadas, limitando-as a um máximo justo para um País como Portugal. Não há pois necessidade de compensar esta diminuição com qualquer aumento de impostos, como por aí se diz.

A medida não é pacífica, em particular num país onde só se fala em aumentar impostos e contribuições e habitado por uma classe política que vê reduções de contribuições e taxas como uma heresia.

Mas é urgente que a medida avance, com ou sem PSD. Não faz sentido prejudicar a economia actual, apenas para garantir algumas reformas milionárias no futuro.



Paulo Morais