Prática agora abençoada pelo Presidente da República faz lembrar os parlamentos da União Nacional fascista, onde, como agora, havia muito consenso e nenhum senso.
Nas últimas semanas, sucederam-se os apelos ao consenso entre as diversas forças políticas. Mas consenso para quê? Ninguém sabe ao certo.
O consenso não tem dado bons resultados na política em Portugal. Foi por consenso que Orçamento do Estado de 2012 foi aprovado, com os votos favoráveis da maioria e a cumplicidade do Partido Socialista. Os resultados foram a desgraça que se vê.
A viabilização dos Orçamentos do Estado por consenso, a pretexto dum exaltado sentido de responsabilidade, tem sido prática neste Parlamento.
Foi com "um aparente sentido de Estado" que Manuela Ferreira Leite, enquanto presidente do PSD, aprovou o Orçamento de Sócrates e foi ainda o consenso que permitiu que Sócrates se mantivesse no poder, implementando os seus vários planos de estabilidade e crescimento, que como é sabido não trouxeram nem crescimento nem estabilidade.
Instalou-se na política o vício do consenso, uma prática agora abençoada pelo Presidente da República e que faz lembrar os parlamentos da União Nacional fascista. Onde, como agora, havia muito consenso, mas não havia nenhum senso.