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Opinião

Tudo mudou no mundo e em Portugal

11 abr, 2011

Os tempos de antena tal como hoje são, obsoletos, reminiscência duma sociedade portuguesa arcaica, constituem apenas mais um sintoma do atraso do sistema político português.

Quando em 1975 se realizaram as primeiras eleições do actual regime, o Estado resolveu garantir igualdade de oportunidades a todos os partidos, através de tempos de antena pagos nas rádios e televisões. Através destes tempos de antena, todos teriam igual oportunidade de transmitir a sua mensagem.

Passados que são mais de 35 anos, tudo mudou no mundo e em Portugal: apareceram os telemóveis, a informática explodiu, veio a Internet e as redes sociais, caiu o muro de Berlim, surgiram as televisões privadas – tudo evoluiu, excepto a forma passadista como o estado português encara as campanhas eleitorais!

O acesso equitativo ao eleitorado por parte das diversas forças partidárias é hoje é uma miragem. Os partidos do regime dispõem de uma enorme cobertura noticiosa. E isto para além dos espaços de debate televisivos onde têm sempre lugar cativo o bando dos cinco maiores (PS, PSD, PC, PP e Bloco).

Mas outras forças partidárias nem têm sequer forma de ser ouvidas; e como não dispõem dos recursos financeiros milionários dos partidos parlamentares, estão, à partida, condenadas.

Seria pois necessário que a Comissão Nacional de Eleições cumprisse a sua missão e viesse garantir de facto uma campanha eleitoral mais justa e equitativa.

Porque os tempos de antena tal como hoje são, obsoletos, reminiscência duma sociedade portuguesa arcaica, constituem apenas mais um sintoma do atraso do sistema político português.