Medo de ter opinião

Adopção, co-adopção e acesso à procriação medicamente assistida voltam à agenda política pela mão do Bloco de Esquerda. Coerente com a sua agenda de costumes, o BE volta ao tema com a ideia de que tantas vezes o cântaro vai a fonte que acaba por quebrar.

A primeira grande fractura é sem dúvida nos chamados partidos do arco da governação.

PS, PSD e CDS não conseguem ter opiniões sobre temas como estes porque sabem que são temas que dividem a sociedade e por isso estes debates no Parlamento são sempre deprimentes, com os deputados a fazerem exercícios de contorcionismo para não serem acusados de terem posições claras.

É pena porque as sociedades não se constroem com gente que não tem opiniões, mas, sem dúvida, destroem-se.

É assim que chegamos à realidade deste pobre país, com a pior taxa de natalidade de toda a Europa, incapaz de tomar decisões para reverter a situação e à mercê das agendas fracturantes de partidos minoritários nos votos, mas maioritários numa suposta superioridade moral.

Com a capa de campeões da liberdade, a pouco e pouco os nossos políticos têm vindo a destruir os pilares de uma sociedade saudável, capaz de construir um país forte e com meios humanos para resistir às adversidades.

Em 900 anos de história, nunca Portugal esteve tão esvaziado de razões e ideais como agora. Os políticos conduzem as nações e com políticos sem convicções dificilmente os países podem avançar.