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Francisco Sarsfield Cabral

Reformar o euro

22 jul, 2015

A proposta de um governo económico tem origem francesa. Mas, como lembrou Teresa de Sousa no Público, a França não é, nem nunca foi, favorável ao reforço da Comissão.

Com a crise grega a evidenciar as fragilidades da arquitectura do euro, chovem propostas de reforma. Passos Coelho fez várias, como criar um Fundo Monetário Europeu. O PS também. Assim como os cinco presidentes (da UE, da Comissão, do BCE, do Eurogrupo e do Parlamento Europeu). E fala-se em dotar a zona euro de um orçamento próprio, um ministro das Finanças e um governo económico.

A proposta de um governo económico tem origem francesa. Mas, como lembrou Teresa de Sousa no Público, a França não é, nem nunca foi, favorável ao reforço da Comissão. Aposta na via intergovernamental e no enfraquecimento da Comissão Europeia.

Mais grave, Hollande pretende um governo económico do euro a cargo dos seis países fundadores da integração europeia (França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Um directório a seis, portanto. Veremos a reacção dos socialistas dos países excluídos, como Portugal, a esta inaceitável ideia.

Mas, no actual ambiente de crescente eurocepticismo na maioria dos países da UE, são escassas as probabilidades de qualquer reforma séria do euro se concretizar.